Sem esquecer os escândalos anteriores, como o clássico
‘Mensalão’, vamos nos concentrar apenas no mais importante atualmente.
Nos últimos três anos, o Brasil foi dominado por um
escândalo que começou Petrobrás e cresceu para envolver funcionários públicos, pessoas
no topo dos negócios, políticos e até mesmo presidentes.
A Operação da Polícia Federal começou em 2009 com a
investigação de crimes de lavagem de dinheiro por empresas ligadas ao
ex-deputado federal José Janene, em Londrina, no Paraná. Além do ex-deputado,
estavam envolvidos nos crimes os doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib
Chater. O alvo, Carlos Habib Chater, tinha como base de atuação o “Posto da
Torre”, tradicional ponto de venda de combustíveis em Brasília que inspirou o
nome da operação: “Lava-Jato”. O posto só aceitava pagamentos em dinheiro vivo,
o que, para a PF, facilitava a mistura entre dinheiro sujo e limpo. Um
relatório de inteligência financeira aponta que o posto movimentou, em um único
mês, em 2005, R$ 3,05 milhões.
Dois ex-presidentes, aliados próximos Dilma Rousseff e Luiz
Inácio Lula da Silva, se encontraram sob investigação desde 2014. Em face
disso, esse escândalo de corrupção que envolve milhões de dólares em contrapartidas
e mais de 800 políticos e membros da elite empresarial, cada dia traz novidades
e parece nunca ter fim.
Mas, à medida que os tentáculos da investigação, chamada
‘lava jato’, vão se estendendo, outros escândalos surgiram e vão surgindo.
Isso levou alguns daqueles que são acusados alegarem que
são vítimas de grupos políticos, com o objetivo de expulsá-los dos cargos
políticos que ocupam.
Mas sobre o que é esse escândalo? O que é a Operação Lava
Jato?
A Operação Lava Jato começou em março de 2014 como uma
investigação sobre as acusações de que as maiores empresas de construção civil
do Brasil superfaturaram contratos de obras, manutenção e serviços com a Petrobras.
Os investigadores descobriram que os diretores da empresa (escolhida
a empresa de petróleo e gás mais ética do mundo em 2008) desviavam verbas, e usavam
o dinheiro que resultava dos sobre valores das adjudicações dos contratos em
benefício próprio e uma parte era entregue ao governo para suborno e
financiamento das milionárias campanhas políticas do partido do governo e dos
seus aliados.
O que já era suficientemente ruim, ficou muito pior quando o
Partido dos Trabalhadores foi arrastado nesse escândalo de corrupção, por acusações
de ter canalizado parte desses fundos desviados para pagar políticos, comprar
seus votos e gastar com campanhas políticas milionárias.
Entre os acusados no escândalo estavam dezenas de políticos,
e Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do país, extremamente popular,
conhecido popularmente como "Lula".
Três anos após a investigação ter começado, Lula foi
declarado culpado da primeira das cinco acusações contra ele, segundo o
processo ele recebeu um apartamento tríplex no Guarujá da empresa de engenharia
OAS em troca de sua ajuda na obtenção de contratos com a Petrobras e com o
governo de outros países aliados.
As pessoas comemoram quando o ex-presidente brasileiro, Luiz
Inácio Lula da Silva, foi condenado pela acusação de corrupção e condenado a
nove anos e meio prisão pelo Juiz Sergio Moro, em Curitiba. Ele foi condenado, mas
ainda não está preso, aguarda o resultado de um recurso.
Mas Lula, nega todas as acusações, diz que a investigação e
o julgamento foram politicamente motivados para impedir que ele voltasse a
presidir o país ganhando as próximas eleições.
Lula não é o único ex-presidente a enfrentar uma
investigação, outros dois ex-presidentes seguiram seus passos estão enfrentando
alegações de corrupção.
O ex-procurador-geral da república, Rodrigo Janot, acusou duas
vezes o atual presidente Michel Temer, o ex-vice-presidente que assumiu o cargo
de presidente em agosto do ano passado, de ter recebimento de dinheiro dos
donos da empresa gigante JBS, que também está envolvida em um escândalo de corrupção.
As acusações foram encaminhadas ao STF, que por decisão da
maioria ministros, decidiu seguir o que estabelece a Constituição e notificar a
Câmara das denúncias e obter autorização para investiga-lo. Enviadas para a
câmara dos deputados, esta por duas vezes decidiu que ele não deve ser
investigado, negando levantar sua imunidade presidencial. Temer nega todas as
acusações.
Existem também duas investigações separadas que atingem sua
predecessora Dilma Rousseff, que seguiu Lula no cargo depois que ele governou
por dois períodos.
O que levou Dilma a ser afastada?
Totalmente afastada das acusações da Operação Lava Jato, Dilma,
uma aliada bem próxima de Lula, foi deposta do cargo em agosto de 2016, condenada
por transferir irregularmente fundos entre orçamentos governamentais, o que é
ilegal de acordo com a legislação brasileira.
Ela argumentou que esta prática era comum aos presidentes
anteriores, mas seus críticos disseram que ela estava tentando tapar os buracos
do déficit originado pelos programas sociais populares, que ela usou para aumentar
suas chances de ser reeleita em 2014, o que acabou acontecendo.
Dilma lutou contra as alegações, argumentando que seus
rivais de direita estavam tentando removê-la do cargo desde sua reeleição.
Mas ela perdeu, e seu vice-presidente, Michel Temer, do PMDB
de centro-direita, foi empossado e vai governar até janeiro de 2019, quando o
presidente eleito na votação no próximo ano assumirá o governo.
No entanto, os apoiadores da Dilma possuem outra teoria
quando se trata de sua queda, eles alegam que seus rivais do político queriam
que ela fosse afastada, porque ela não os protegeria da Operação Lava Jato.
Tese discutível considerando que seu mentor e predecessor, além de um grande
número de membros do seu partido o PT, estão investigados, acusados e
condenados pelos crimes que geraram a Operação Lava Jato.
Na verdade, a Lava Jato até agora não foi abafada, e o escândalo
que envolveu o mais alto nível da diretoria da Odebrecht, ainda mantém presos
diretores e o presidente da Empreiteira.
A direção da gigante da construção civil brasileira, que é o
maior conglomerado de construção da América Latina, admitiu ter subornado
funcionários da Petrobrás e políticos para garantir contratos no Brasil e em
outros países da América do Sul.
De fato, seu ex-Presidente, Marcelo Odebrecht, que está
cumprindo uma pena de prisão de 19 anos por corrupção, foi considerado culpado
de pagar mais de US$ 30 milhões em subornos a funcionários da Petrobrás e
políticos em troca de contratos e influências.
Ele e outros 76 funcionários da Odebrecht estão fornecendo
informações aos investigadores como parte de um acordo de delação premiada.
Odebrecht ainda pode derrubar outro presidente, Marcelo
afirma que parte dos 48 milhões de dólares que ele doou para as campanhas da Dilma
e do Temer na eleição presidencial brasileira de 2014 foi ilegal.
Isso está sendo investigado pelo Superior Tribunal Eleitoral.
Se for encontrada a fraude, suas campanhas poderão ser anuladas, o que
significa que Temer poderá ser destituído do cargo.
Tanto Temer quanto Dilma negam todas as alegações de fraude
nas suas campanhas.
Eduardo G. Souza
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