Liberdade.

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Porque não existe outra pretensão em nossos escritos, que não seja expressar o nosso pensamento, nossa forma de ver e sentir o mundo, o Homem e a Vida.
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Um grande abraço.
Eduardo G. Souza e Lígia G. Souza.

domingo, 2 de outubro de 2016

COMUNISMO E LIBERDADE



A liberdade de informação, expressão e de imprensa está firmemente enraizada nas estruturas do pensamento democrático ocidental moderno. Com restrições limitadas, toda democracia capitalista tem disposições legais que protegem esses direitos. A Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas, adotada pela Assembleia Geral em 1948, declara: "Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e de expressão, este direito inclui a liberdade de ter opiniões sem interferência e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.”
Assim, a ética ocidental é frontalmente a favor dos direitos quase irrestritos a expressão, de imprensa e de informação.
Tais direitos podem amoldar-se para proteger a segurança do Estado a partir da perspectiva de Locke no contrato social.
(“Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos considerar um estado em que todos os homens se acham naturalmente, será este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei da natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem.” - LOCKE, 1994).
A perspectiva categórica de Kant prevê uma sociedade em que todos podem falar livremente é muito melhor que uma em que ninguém pode falar livremente.
(Kant era ferrenho defensor da liberdade de expressão, fato que podemos constatar nos seus ideais filosóficos. Ele defendia três parâmetros fundamentais: a) - o pensar por si próprio, ou seja, pensar livre de preconceitos que limitam o pensamento; b) - o pensar sempre de acordo consigo próprio, isto é, ter coerência; c) - o pensar colocando-se no lugar do outro, este outro representa qualquer outro e, como tal, todos, simbolizando assim a Humanidade.
Ele afirma que a finitude do ser humano é sinal de liberdade, pois é livre o homem que tem consciência dos seus limites, das suas fronteiras.
Para Kant “… muitas vezes, quem é excessivamente rico de conhecimentos é muito menos esclarecido no uso dos mesmos...”, pois não tem consciência dos seus limites, sendo inconsciente e consequentemente não sendo livre [- Kant. Que significa orientar-se no pensamento?, 1786])
O Comunismo, como uma doutrina essencialmente sócio-política-econômica, e muito limitada sobre a questão dos direitos humanos individuais.
Duas posições conflitantes sobre essas liberdades surgem na análise da teoria comunista. A primeira é o principal argumento marxista contra as liberdades individuais: - Em uma sociedade comunista, os interesses individuais são subjugados aos interesses da sociedade. Assim, a ideia de uma liberdade individual é incompatível com a ideologia comunista. E a única razão que poderia existir para manter as liberdades de expressão e de informação (como direitos individuais), seria para melhorar a sociedade, então essa condição seria atendida apenas em certos casos e não por longo do tempo, apenas para satisfazer uma situação especial, e retornando-se logo ao padrão de ausência dessas liberdades.
A segunda é a ideia de igualdade perfeita. Teoricamente o comunismo defende o direito de expressão e de imprensa, uma vez que cada indivíduo é igualmente importante, cada um deve ter seus pontos de vista igualmente aceitos. Na verdade, Marx defendeu o direito de liberdade de imprensa, argumentando, em 1842, que as restrições, como a censura, foram instituídas pela elite burguesa. Ele alegou censura é um instrumento dos poderosos para oprimir os mais fracos. Mas, na prática, na implantação do regime comunista na Rússia, a imprensa passou a ser usada como um braço do partido comunista, e quando os primeiros questionamentos sobre a eficiência e eficácia do regime começaram a surgir, muitos jornalistas e editores terminaram seus dias nos gulags!
(Os Gulags eram campos de trabalho forçado da ex-União Soviética (URSS), criados após a Revolução Comunista de 1917 para abrigar criminosos e ‘inimigos’ do Estado. Gulag era uma sigla, em russo, para "Administração Central dos Campos", que se espalhavam por todo o país. Os maiores gulags ficavam em regiões geográficas quase inacessíveis e com condições climáticas extremas. A combinação de isolamento, frio intenso, trabalho pesado, alimentação mínima e condições sanitárias quase inexistentes elevavam as taxas de mortalidade entre os presos. Para se proteger da violência, alguns grupos de presos criaram códigos e leis internas que deram origem aos Vory v Zakone - a máfia russa. A quantidade de campos foi reduzida a partir de 1953, logo após a morte de Stálin - ditador que expandiu o sistema de gulags nos anos 30. Porém, os campos de trabalho forçado para presos políticos duram até hoje.)
De fato, a filosofia comunista favorecia as ideias de uma democracia constitucional, embora geralmente com apenas uma das partes. Antes e na criação de muitos países comunistas, o desejo de liberdade da opressão do proletariado pela burguesia, se expressou fortemente a favor das liberdades individuais de expressão, de dissidência e de informação. Mas a prática dos regimes tem se mostrado como mordaças que impedem a cada homem dizer o que pensa, escrever suas razões e publicar suas ideias. O fundamento que o partido é infalível e sempre age em benefício do povo, tem garantido ao governo comunista o direito de sufocar a voz e a pena daqueles que têm uma visão divergente da cúpula do partido.
Presidente Mao, querendo incentivar os chineses a se prepararem para a Segunda Guerra Mundial, mais de uma década antes ele proclamou "[as pessoas] devem submeter o partido no poder, a crítica severa, e pressionar e impeli-lo a desistir da ideia de ser de partido único, uma ditadura de classe, e agir de acordo com as opiniões das pessoas... A segunda questão diz respeito à liberdade de expressão, reunião e associação para o povo. Sem essas liberdades, não será possível realizar a reconstrução democrática do sistema político." Em 1945, mais perto ainda de sua tomada revolucionária do poder, Mao proclamou: "Dois princípios devem ser observados: (1) dizer tudo o que sabe e dizer sem reservas, (2) não responsabiliza o alto-falante, mas use suas palavras como uma advertência. O princípio "Não culpe o alto-falante" deve ser observado verdadeiramente e não falsamente, o resultado será: diga tudo o que sabe e diga sem reservas." O mais impressionante é o fato de que estas citações estão registradas em "As citações de Mao Tse-Tung", mais comumente conhecida como o Pequeno Livro Vermelho, uma verdadeira bíblia do comunismo chinês considerado infalível durante a vida de Mao. Em 1949, Mao Tsé-Tung foi aclamado como novo líder da República Popular da China. Durante décadas deteve poder absoluto sobre a vida de um quarto da população mundial. Inicialmente apoiado pelo governo comunista soviético, o governo comunista chinês criou um grande projeto de transformação político-econômico chamado Grande Salto para Frente. Pouco depois, em 1966, surgiu um programa de controle cultural, político e ideológico chamado de Revolução Cultural. Com a implantação da Revolução Cultural o partido comunista chinês passou a controlar ideologicamente os chineses e os meios de comunicações, muitos foram presos e mortos por seguirem exatamente as ideias de Mao antes de assumir o poder e transformar a China em um regime comunista.

- John Locke foi um filósofo inglês. Foi um dos líderes da doutrina filosófica conhecida como Empirismo e um dos ideólogos do Liberalismo e do Iluminismo.
- Immanuel Kant nasceu em Koenigsberg, na Prússia Oriental. O método de Immanuel Kant é a "crítica", isto é, a análise reflexiva. Consiste em remontar do conhecimento às condições que o tornam eventualmente legítimo. A teoria do conhecimento de Kant teve como objetivo justificar a possibilidade do conhecimento científico do século XVIII.
- Mao Tsé-Tung foi um político, teórico, líder comunista, ditador e revolucionário chinês.

Eduardo G. Souza
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COMUNISMO E ATEÍSMO




Karl Marx foi o principal criador das teorias básicas do comunismo moderno. Marx já era ateu antes de desenvolver as teorias comunistas. Como dístico da sua tese de doutorado ele escolheu esta citação de Prometheus: "Em verdade simples, eu nutro ódio contra todos os deuses" (- HOOVER, J. Edgar. A Study of Communism. 1962; Holt, Rinehart, & Winston, Inc., New York, NY. Pág. - 25). Sua tese afirma que devemos "reconhecer como a mais alta divindade, a própria auto-consciência humana!" Marx tentou publicar uma revista sobre o ateísmo, mas não conseguiu por falta de recursos financeiros. – SKOUSEN, W. Cleon. The Naked Communist. 1962; Ensign Publishing Co., Salt Lake City, UT. Pág. - 12.
Friedrich Engels foi provavelmente o maior amigo de Marx, ele escreveu, junto com Marx, o Manifesto Comunista. Engels também era ateu. Ele afirmou que, como resultado da descoberta das leis do comunismo, "o último vestígio de um criador externo para o mundo foi eliminado". – SKOUSEN, W. Cleon. The Naked Communist. 1962; Ensign Publishing Co., Salt Lake City, UT. Pág. - 37.
Nikolai Lenin foi o fundador do Partido Comunista. Ele liderou a revolução que criou o comunismo na Rússia, em seguida, tornou-se o primeiro premiê do regime comunista. Lenin, que também era ateu, disse: "Nosso programa inclui necessariamente a propaganda do ateísmo". – LENIN, VI. Religion. 1933; International Publishers, New York. Pág. - 10.
E ainda: "Toda ideia religiosa, toda ideia de Deus, até mesmo qualquer tipo de flerte com a ideia de Deus, é uma vileza indizível". – LENIN, VI. Religion. 1933; International Publishers, New York. Pág. - 42.
Nikita Khrushchev, premier da Rússia 1958-1964, declarou: "Nós, os comunistas somos ateus... ...a educação pública, a divulgação do conhecimento científico, bem como o estudo das leis da natureza, não deixam lugar para a crença em Deus... Nós consideramos que a crença em Deus contradiz a nossa perspectiva comunista". – BROWNLOW, Leroy. Bible vs. Communism. 1961; Brownlow Publications, Ft. Worth, TX. Pág. – 13.
Khrushchev disse ainda: "Nós continuamos os ateus que sempre fomos, estamos fazendo todo o possível para libertar as pessoas que ainda estão sob o feitiço deste opiláceo religioso”.  BROWNLOW, Leroy. Bible vs. Communism. 1961; Brownlow Publications, Ft. Worth, TX. Pág. - 73.
Na Enciclopédia da Rússia (1950) está gravado: "Deus é - um mito inventado, sendo o comunismo incompatível com a crença em Deus, o comunismo surgiu e se desenvolveu em uma luta aguda e constante com a religião".
Os "Dez Mandamentos do Comunismo", publicado pela União de Jovens Comunistas, diz: "Se você não é um ateu convicto, você não pode ser um bom comunista... O ateísmo está indissoluvelmente ligado ao comunismo." – BALES, James D. Communism Its Faith and Fallacies. 1962; Baker Book House, Grand Rapids, MI. Pág. - 37.
O ex-espião comunista Whittaker Chambers, quando perguntado sobre o comunismo, respondeu com a seguinte frase: "O problema do comunismo não é econômico O problema do comunismo é o ateísmo."
O problema do marxismo, segundo Chambers, não é principalmente a economia ou a política, no seu ponto de vista, é fundamentalmente uma preocupação religiosa. O problema não é apenas que alguns comunistas são ateus. O problema é que a doutrina do ateísmo é fundamental para a crença comunista.
Então como você, que acredita ser cristão, considera a nossa própria sociedade? O quanto os marxistas e outros ateístas têm sido eficazes em minar a fé em Deus em nossa sociedade? Você acredita estar acontecendo um aumento ou uma diminuição da fé?
Obviamente, nem todo ateu é um comunista, mas podemos inferir que os verdadeiros comunistas são necessariamente ateus.
Já para o verdadeiro cristão Deus existe! A Bíblia, que é o livro sagrado dos cristãos e detêm os princípios da doutrina cristã, não só afirma à existência de Deus, ela dá provas objetivas, suficientes para satisfazer qualquer estudante cristão honesto, que Deus existe e que o Deus da Bíblia é um Deus verdadeiro.
A Bíblia, logo em seu primeiro versículo afirma a existência de Deus: “No princípio criou DEUS o céu e a terra.” - Gênesis 1:1. E depois em todo o seu conteúdo reafirma que Deus existe.
Nos Salmos 14:1 David cantou ao Senhor: “Disse o néscio no seu coração: NÃO HÁ DEUS.” (grifo nosso) Então, um cristão que crê na Bíblia e acredita em Deus, deve concluir que o comunismo é tolice, podendo ser o verdadeiro ‘antiCristo’ (Anticristo é uma denominação comum no Novo Testamento para designar aqueles que se oponham a Jesus Cristo, e também designa um personagem escatológico, que segundo a tradição cristã combaterá Deus e o Cristianismo).
Analisando os últimos acontecimentos em nosso país, você pode negar que a nossa sociedade está se movendo na direção que os marxistas querem nos levar?
E como as pessoas estão se tornando mais fracos na fé, é provável que os marxistas possam ter sucesso em seus objetivos.
Pois nos últimos tempos até igrejas que se dizem cristãs, têm se associado a partidos e grupos marxistas, e os fieis estão sendo enganados e estão votando e apoiando candidatos confessadamente comunistas. E esses dissimulados marxistas chegam a frequentar igrejas unicamente para receber os votos dos cristãos, que no futuro serão as primeiras vítimas deles, se não negarem a sua fé!
Eduardo G. Souza
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COMO ALGUÉM AINDA PODE SER COMUNISTA?



Um exemplo mais notório do fracasso do regime comunista foi a coletivização forçada, a reforma agrária realizada pelos soviéticos entre 1928 e 1933. Acreditava-se que a coletivização iria maximizar o uso e o potencial do campo para suprir as necessidades urbanas e industriais.  A indústria russa estava decolando e enormes quantidades de alimentos seriam necessárias para suprir as necessidades dos trabalhadores urbanos.

A resistência dos latifundiários e proprietários rurais, muitos deles pequenos agricultores que trabalhavam sua própria terra, foi violentamente combatida e muitos foram presos e mortos nas mãos dos carrascos.  A tomada de todas as terras agrícolas e o confisco pelo estado das colheitas e do gado resultou no desabastecimento e redução da produção agrícola. O resultado da coletivização forçada foi pago pelos agricultores e pela classe mais baixa, mais de dez milhões de pessoas morreram de fome em cinco anos.

Exatamente a mesma atrocidade aconteceu na China comunista, entre 1958 e 1961. Durante este tempo, a agricultura privada foi proibida como tinha sido na Rússia de Stalin, e cerca de 33 milhões de pessoas morreram de fome, possivelmente a fome mais destrutiva da história da humanidade. Para sair dessa crise econômica mortal a China adotou o ‘capitalismo de bambu’, regime econômico chinês que divide o controle do Estado com a existência e o crescimento do setor privado.

Essa ação dos regimes comunistas está relacionada à ausência da garantia dos direitos de propriedade dos cidadãos. Marx defendia em seu ‘Manifesto Comunista’ o confisco forçado de toda a terra e propriedades para o bem da comunidade nacional. Isto, do ponto de vista dos cidadãos comuns, é um roubo.  Pois eles são forçados a aceitar decisões do governo comunista quer eles gostem ou não.  Isso, é claro, deve ser aceito sem discussão pois o "poder sempre está certo", e qualquer reação contrária resulta em um monte de homens armados aparecerem e tomarem tudo você tem "para a glória da pátria", como acontecia e acontece com os soviéticos e outros cidadãos dos países comunistas.

A baixa produtividade dos regimes comunistas está associada a uma característica da personalidade humana. Os incentivos, tais como salários mais elevados, gratificações, são necessários para dar às pessoas a força e o estimulo que necessitam para trabalhar duro em um trabalho difícil e produzir mais.

Quando não há incentivos adicionais disponíveis, como acontece nos estados comunistas, onde todos receberam uma parte igual, mesmo que uns tenham trabalhado duro para produzir e outros não, faz com que as pessoas em trabalhos difíceis rapidamente percam sua motivação.  Por exemplo, se um trabalhador parar de se preocupar muito com a qualidade, quando ele inspecionar os carros em uma linha de montagem, e isso não faz nenhuma diferença para ele, pois não mudará seu salário ou causará sua demissão, ele irá relaxar e diminuir a ‘enchissão de saco’ dos companheiros da linha de montagem. 

Essa falta de incentivo também tende a acender a revolta contra o governo, pois os trabalhadores creem que o governo não lhes dá o reconhecimento devido, quando eles fazem um bom trabalho. Essa revolta pode desencadear comportamentos distintos, alguns ficam apáticos e diminuem o seu ritmo de produção, outros partem para o vandalismo e passam a sabotar a produção. Muitos estados comunistas caíram devido a este problema da falta de incentivos.

A doutrina de Marx é repleta de lógica defeituosa, lacunas e problemas não resolvidos. Sua ideia de economia é baseada na teoria do valor-trabalho, que afirma que um carro, por exemplo, deve custar mais do que uma TV, porque é necessário mais trabalho para produzi-lo.  Mas esta é uma simplificação exagerada do mercado.

A Pepsi tem o sabor quase idêntico ao da Coca-Cola, mas custa mais barato.  O trabalho é o mesmo, mas as pessoas estão felizes em pagar mais caro por uma única diferença - o nome da marca.  O mesmo acontece com a quase todos os produtos do mercado.

Da mesma forma, um tênis pode custar mais de 1.000 reais no Brasil, apesar de ser fabricado na China ou Taiwan por cerca de 10 dólares. E por que eles custam tanto?  Porque as indústrias que dão suas marcas, vai vendê-los com base na demanda do mercado, da procura pelo público.  É por isso que elas pagam atletas para fazerem propaganda dos seus produtos, para torná-los mais desejável para os fãs desses atletas.

É expressamente por isso que o marxismo-comunismo causou o colapso total de tantas economias nacionais, ele pensa em um mercado sem vontade, sem emoção, e não consegue entender que existe uma sutileza entre determinados produtos e outros. A força da propaganda e marketing. Isso, em primeiro lugar, é porque o comunismo se fundamenta em uma utopia, ele não é baseado na realidade.

Marx ainda fundamentou sua filosofia comunista em outro princípio discutível, a ‘luta de classe’, ele afirmou que ela tem sido, de longe, a principal causa de todas as contendas, guerras, dos problemas econômicos e dos regimes desmoronarem. Em geral as sociedades são classificadas em três principais classes de pessoas: a parte superior, a do meio, e a inferior. A classe superior detém a maior parte da riqueza; a classe mais baixa a menor parte da riqueza; e a classe média fica de resguardo entre elas, mantendo a esperança de ascensão e difundindo ideias e ideologias na classe mais baixa.  Sem a classe média, cabeças são cortadas.

Na verdade o comunismo não abole a luta de classes, como ele proclama, mas mantém-na. Ele faz isso porque em qualquer governo deve haver um grupo de pessoas administradoras, e é provável normalmente esse grupo desfrutar de seu poder.  Ao manter o seu poder, os líderes de um estado comunista separam a população em pelo menos duas classes, a classe dominante (os membros do comando do partido comunista) e, de preferência, todos os outros na classe dominada.

Os estados comunistas, geralmente, não têm admitido uma classe média, e essa ausência é notada nas revoluções russa de 1917, chinesa de 1949, cubana de 1959, e em uma série de outras.  Todas essas revoluções terminaram com a ascensão de um estado dominado por líderes e confrarias comunistas, e todos eles foram a ruína de suas respectivas nações, porque os próprios líderes e seu entourage comunistas assumiram as mesmas deformidades da classe alta elitista que haviam deposto.

Isso podemos constatar em nosso país, onde um partido ‘pseudo-comunista’, que mesmo não tendo implantado o regime comunista no país, ao ascender ao poder passou a agir pior que os demais partidos que ele severamente criticava. Eles vêm tentando eliminar a ‘classe média’, todas suas ações foram para enriquecer ainda mais a ‘classe alta’, a quem eles se associaram para assaltar o erário e as estatais, e para enganar, com esmolas, a ‘classe baixa’, pois é ela que com seus votos os mantêm no poder. Eles odeiam a ‘classe média’... Vocês lembram: “Eu odeio a classe média...” rosnou Marilena Chauí no início da discurseira que enfadou a festa dos 10 anos de governo lulopetista, e o ‘apedeuta’ rindo aplaudiu aquela ‘alienada’. E se continuarem no governo esse ‘ódio’ levará fatalmente a extinção da ‘classe média’! 

E finalmente, os regimes comunistas podem ser diretamente responsabilizados pela morte de, pelo menos, oitenta e cinco milhões de pessoas no século XX.

Stalin sozinho assassinou mais de vinte milhões, embora algumas estimativas calculem de 53 a 80 milhões.

Em 1975, o Khmer Vermelho tomou o poder no Camboja e estabeleceu uma utopia comunista. Eles imediatamente cometeram genocídio de seu próprio povo. Pelo menos dois milhões foram brutalmente executados por métodos primitivos, em conformidade com a posição anti-tecnológica do Khmer Vermelho, muitas das vítimas foram assassinadas simplesmente por usarem óculos. Pessoas muito Inteligentes foram presas e algumas executadas, pois eram consideradas uma ameaça direta e grave para a Khmer Vermelho.

E não vamos esquecer Mao TséTung, ele pode não ter sido tão mal como Stalin, mas ele era a própria definição de indiferença para com a humanidade.  Seu "Grande Salto Adiante" causou a morte por inanição de mais de quarenta e cinco milhões de civis chineses.

Assim não consigo entender como alguém, em sã consciência, consegue ser comunista!

Eduardo G. Souza.

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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

OS CHAKRAS




Os Chakras se fundamentam na crença da existência de sete esferas rotativas de energia distribuídas no corpo humano. A origem desta ideia vem de textos hindus. Em sânscrito significa "roda de giro" ou "roda de movimento".


Na fé hindu, os Chakras são conhecidos como centros de força ou fontes de energia do corpo humano. E também são descritos como vórtices de "matéria sutil" girando, como descrito por John Cross e Robert Charman, em seu livro  “Healing with the Chakra Energy System” (A cura com o sistema de energia dos Chakras). 


De acordo com a maioria das disciplinas mitologicas, há sete Chakras no corpo: The Crown, The Third Eye, The Throat, The Heart, The Solar Plexus, The Sacral, and The Root Chakra (a coroa, o terceiro olho, da garganta, do coração, do plexo solar, sacral, e o chakra da raiz), que estão distribuídos no corpo humano conforme a figura abaixo.


Eles também têm sido associados com a astrologia e outros conhecimentos empíricos.

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BRASIL... UM PAÍS DE HIPÓCRITAS!


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Hoje ao abrir o jornal O Globo, me defrontei com a notícia: “SUSPEITO TEM 16 ANOS E 15 CRIMES”!
Bem isso foi o que a polícia teve notícia. Quantos outros não foram registrados? Podem-se esperar, pelo histórico criminal do menor, outros tantos!
Então, me recordo da PALHAÇADA armada no CIRCO do congresso nacional, para discutir a alteração do ECA.
Quanta hipocrisia... 
Desde ontem já sabíamos que o menor tinha sido localizado e apreendido, pois os noticiários das rádios e tevês já tinham divulgado com estardalhaço a notícia.
Os programas das mídias comentaram e trouxeram ‘especialistas’ para comentar a morte do médico e a apreensão do menor. Inclusive em um programa da TV, o apresentador bradava histericamente: “Pezão cadê você? Onde está a polícia? Onde está o governador? Onde está o comando da polícia?” É óbvio que esse apresentador estava politicamente representando o dono do seu canal... Que vem tentando sistematicamente ser governador ou prefeito. Mas o governador não fez e não faz as leis, pois leis penais e criminais, leis sobre segurança pública e sobre menores é prerrogativa do congresso nacional, onde, aliás, o patrão dele está, e porque ele não grita para o patrão dele propor leis mais duras contra o crime?  
Quando o ECA foi criado, vários ‘especialista’ alertaram que o estatuto nunca seria viável em nosso país, são muitos os empecilhos. Esbarramos em problemas econômicos, sociais, políticos, etc... O ECA seria ótimo para a Bélgica, mas o Brasil, na verdade, está pior que a Índia!
O governo está fazendo cortes no orçamento, a educação, segurança e o sistema penitenciário têm suas verbas contingenciadas. Aliás, educação e segurança nunca foram privilegiadas com o interesse do governo federal.
Nossa sociedade parece que gosta de bandidos, não estou falando dos ladrões da petrobras, do mensalão e outras maracutaias, falo dos bandidos que assaltam, matam, traficam drogas, sequestram, estupram, etc... Todos os dias a imprensa mostra casos e mais casos de reincidências, criminosos que deveriam estar presos, estão nas ruas matando, assaltando, etc... Bandidos com extensa folha criminal, condenados por assassinado, latrocínio, estupro, etc., são libertados pela famosa progressão penal, é na progressão penal, que o marginal vai para a prisão albergue, sai e não volta mais. Quando não são beneficiados pelas famosas saidinhas, como a do dia das mães (que beneficia criminosos cujas mães já não estão mais por aqui), como a de final de ano, etc.
Qualquer um sabe que toda quadrilha que se presa tem vários menores para executarem o ‘serviço sujo’ ou ‘assumirem a bronca’ se por acaso ‘a casa cair’. Uma infinidade de policiais reclama de prenderem os bandidos e algumas horas ou dias depois os bandidos estarem soltos ‘curtido com a cara deles’. Portanto, socialmente, o ECA fracassou, e fracassou feio, pois além dos menores infratores se multiplicarem, vemos dia a dia aumentar também o número de menores vítimas ou desassistidos.
Por outro lado, sabemos que a maior concentração de votos está nas comunidades carentes onde vivem os ‘bolsistas do bolsa família’ e de outras benesses do governo. É nessas comunidades que se concentra a força eleitoral dos partidos e políticos populistas, e é ali também, por força da carência e da miséria, que ali se instala a marginalidade. E são esses marginais, seus familiares e dominados, que elegem os políticos, pois ali está a força eleitoral. Os governos têm interesse de manter essas comunidades ignorantes e miseráveis, pois assim é mais fácil manipulá-las!
Estamos em um beco sem saída, no fundo uma parede sólida defendida por um grupo de alienados e políticos populistas e/ou corruptos, que defendem com unhas e dentes os interesses dessa marginalidade, pois é a forma de conseguir os votos dessas pessoas que vivem ou são vítimas, subjugadas pelo crime.
Do outro lado a marginalidade que ataca e violenta a sociedade.
Estamos no meio do beco, por enquanto, ainda conseguimos viver confinados em prisões que nós mesmos estamos nos impondo, são grades, cadeados, não saímos à noite, evitamos certos locais, etc... Mas a cada dia recebemos notícias de novas cidadelas sendo derrubadas, casas são invadidas, pessoas são vitimadas em locais até pouco tempo improváveis, como nos shoppings.
O beco está cada dia menor e nosso espaço reduzido. A criminalidade, praticada por menores ou maiores está avançando sobre nós.
A polícia prende... A lei solta... A impunidade grassa... Os presídios estão sobrecarregados de bandidos ‘pé de chinelo’ que não têm dinheiro para pagar um advogado, enquanto isso o congresso fica preocupados com os cargos que seus afilhados vão ocupar nos 39 ministérios que consomem verbas que poderiam contribuir para diminuir a criminalidade, e não estão dando a mínima para a insegurança que domina o país.
Onde vamos parar? Até quando vamos consegui sobreviver? Até quando vamos contar com a sorte... “e o acaso vai nos proteger”?
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Eduardo G. Souza





SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL



Existem dois aspectos distintos da SAP: o médico e o jurídico.
Sob o ponto de vista médico a SAP é uma forma de abuso emocional infantil.
Pais em separações hostis geralmente desenvolvem depressão, raiva e podem chegar às agressões verbais e/ou físicas. A resultante destes sentimentos hostis é a transformação do amor em ódio, e uma total falta de comunicação e interação entre os conjugues. Tudo isso se estende aos filhos através dos pais, que não conseguem encobrir ou ocultar o litigio e suas consequências.
Como um problema médico, está intimamente relacionado com as falsas alegações de um dos pais sobre o comportamento e atos praticados pelo outro, chegando, em casos extremos, a alegações de abuso sexual contra a criança. Todos os subterfúgios são usados para eliminar o contato de um dos pais com a criança. A criança, como na “Síndrome de Estocolmo", se transforma em “refém” emocional, e o medo da mãe leva a criança a obedece-la incondicionalmente como um meio de sobrevivência, desenvolve um sentimento de lealdade cega e aumenta a identificação afetiva e emocional com a mãe. Existe também o risco da "Síndrome da Falsa Memória", mediante a qual a criança pode ser instilada a desenvolver falsas memórias do comportamento e atos praticados pelo pai.
Embora reconhecida pelos tribunais, raramente sua prática é combatida, porque, sendo uma forma de abuso emocional, é muito difícil de detectá-la e defini-la, primeiro porque a vítima, a criança, não a contesta e, em geral, o Serviço Social não está preparado para detectá-la. As outras formas de abuso infantil como: físico, sexual e de negligência, são facilmente identificadas pelos peritos. O abuso emocional, no entanto, exige uma formação adequada e uma sólida experiência em comportamento humano pelo profissional da área de saúde mental, sendo muito difícil ser registrado e corrigido.

No aspecto jurídico a Alienação Parental deve ser entendida e combatida com um crime. Pois como os Crimes de Ódio, que incitam o ódio com base na etnia, religião, credo ou opção sexual, a Alienação Parental incita a criança ao ódio e a repulsa contra um dos genitores. Ela deve ser considerada um crime grave, que tem sua base no "abuso emocional" de incapaz. Uma ação mais efetiva e atenta dos tribunais impediria que a Alienação Parental continuasse existindo e sendo usada como uma brecha na lei. 

domingo, 25 de setembro de 2016

A VIOLÊNCIA E A DESORDEM URBANA



Os recentes acontecimentos violentos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em outros Estados colocaram em foco novamente a desordem urbana, a revolta popular e o déficit de policiamento. Até o momento, os comentários de todo o noticiário se desloca para o aspecto político da questão e tendem a ser polarizados com o aumento da criminalidade e do uso de drogas, oferecendo condenações diretas as ações desenvolvidas pelos órgãos de repressão policial ou tentando explicar as coisas de maneira simplória, colocando todo o peso da violência na miséria e nas drogas, tem sido por demais fácil pintar uma tela com matizes carregados nesses fatores, abandonando o cerne da questão. As condenações às ações das forças policiais se tornaram cada vez mais desagradáveis, mobilizando toda uma gama de cidadãos, que por motivos políticos, sociais ou raciais são envolvidos ou estimulados a condenar as ações repressivas para subjugar indivíduos ou grupos envolvidos em atividades violentas e/ou criminais.
As respostas sugeridas e empregadas para combater a violência têm se mostrado de uma perturbadora ineficácia contra o estado de violência na sociedade. A Sociedade, a nos é dito frequentemente, está falida, está quebrada. Por outro lado, tem havido tentativas para sugerir políticas governamentais recentes, diretamente dirigidas ou procurando contribuir para o combate aos acontecimentos violentos recentes. No entanto, os fenômenos sociais complexos raramente são entendidos como causa-efeito imediatas, primeiro porque os acontecimentos provaram ser quase impossíveis de se prever, suas causas são desencadeadas por múltiplos fatores, não facilmente identificáveis, e os indivíduos envolvidos, muitas vezes, não pertencem aos grupos de risco, tudo isso deve nos advertir contra qualquer tentativa de explicações fáceis para os fenômenos de violência.
Profundas desigualdades sociais, tolerância e insensibilidade social, racismo, corrupção, brandura da legislação, drogas, lenocínio, etc., o déficit, o despreparo e a desconexão do policiamento, além do medo e desespero dos indivíduos, sem dúvida, contribuem para a situação em que nos encontramos. Toda essa situação ainda é agravada pela maneira como grandes comunidades foram criadas, contra todas as normas urbanas, nasceram e cresceram sem qualquer urbanização e segurança, ocupando áreas de riscos geológicos ou ecológicos, sem atendimento as suas necessidades básicas de saneamento, saúde, educação, etc., foram entregues a sua própria sorte e subjugadas pelo poder marginal do tráfico e da criminalidade, o que demonstra, superficialmente, as forças que estão em jogo.
Sem, ao mesmo tempo, haver uma chamada para a restauração da lei e da ordem, um combate à inviolabilidade dos direitos civis e de propriedade, uma posição política de luta contra a pobreza, uma reforma na legislação criminal, dando condições aos tribunais de punirem rigorosamente os infratores, uma reforma no sistema prisional, a reformulação, aparelhamento e treinamento das forças policiais e a defesa e desenvolvimento do status quo de todos os agentes envolvidos no combate a criminalidade e a violência, não existe outro caminho para reverter à situação atual.
Sabemos que este texto não irá fornecer todas as respostas, mas nossa esperança é que ele possa contribuir para abrir caminho a um debate mais bem abalizado e informado.
Eduardo G. Souza.


A QUEDA DO COMUNISMO NO LESTE EUROPEU E NA EUROPA ORIENTAL



Em 9 de novembro de 1989, 7 dias antes do meu aniversário, milhares de alemães extremamente felizes derrubaram o símbolo mais marcante da divisão da Europa – ‘o Muro de Berlim’.

Por duas gerações, o muro era a representação física da Cortina de Ferro, e da separação de um povo. E aqueles que ousavam ultrapassá-lo colocavam em risco suas próprias vidas, os guardas de fronteira da Alemanha Oriental tinham ordens firmes de atirar para matar, aqueles que tentassem escapar. O Muro representava a divisão da Europa, e a sua queda, podemos aceitar, como o fim da Guerra Fria.

Na Casa Branca, o presidente George W Bush e seu conselheiro de segurança nacional, Brent Scowcroft, observavam a cena concentrados em uma televisão, consciente da importância histórica do momento e dos desafios para a política externa americana estaria por enfrentar.

Nem mesmo o observador mais otimista do discurso do presidente Ronald Reagan, proferido em Berlim, em 1987, convidando pelo Secretário Geral do Partido Comunista Soviético, Mikhail Gorbachev, teria imaginado que dois anos mais tarde, o "muro de Berlim seria derrubado" e os regimes comunistas da Europa Oriental entrariam em colapso como peças de dominó. Em 1990, os antigos líderes comunistas estavam fora do poder, foram realizadas eleições livres e a Alemanha estava unida novamente.

O colapso dos regimes não aconteceu de forma pacífica. Os tanques soviéticos que haviam esmagado manifestações em Berlim Oriental, em junho de 1953, na Hungria, em 1956, e novamente na Checoslováquia em 1968. Os militares soviéticos estavam intimamente envolvidos no planejamento da lei marcial decretada na Polônia em 1980, e as tropas soviéticas permaneceram estacionados em toda a Europa Oriental, tanto para garantia da segurança soviética, como um lembrete sinistro para os povos do Leste Europeu, da dominação soviética sobre seus países.

A forte pressão da administração Reagan, em apoio às aspirações de liberdade política dos cidadãos europeus e soviéticos do Leste Europeu, foi importante para que, em 1985, um novo tipo de liderança ascendesse na União Soviética. As políticas de Perestroika (reestruturação) e Glasnost (transparência) de Mikhail Gorbachev legitimaram ainda mais os apelos populares para uma reforma dentro da Rússia. Gorbachev também deixou claro - primeiro secretamente para os líderes do Leste Europeu, e depois publicamente - que a União Soviética tinha abandonado a política de intervenção militar em apoio aos regimes comunistas (A Doutrina Brejnev).

Em 6 de fevereiro de 1989, o Governo Socialista da Polônia abriu oficialmente, em Varsóvia, negociações com os membros da resistência sindical ‘Solidariedade’. O movimento sindical Solidariedade foi formado em agosto de 1980, após uma série de greves que paralisaram a economia polonesa, em 1981 foi decretada, sob o comando soviético, a lei marcial que levou a organização para a clandestinidade. O movimento sindical Solidariedade somente sobreviveu devido ao apoio das organizações trabalhistas ocidentais e dos grupos de emigrantes poloneses residentes na Europa e nos Estados Unidos. Os resultados das "Mesas Redondas", foram gravados em um documento assinado pelo governo polonês e os representantes do Solidariedade em 4 de abril de 1989. O tratado incluía eleições livres para 35% do Parlamento, eleições livres para o Senado recém-criado, um novo gabinete, e o reconhecimento da solidariedade como um partido político. Em 4 de junho de 1989, como resultado dos tanques chineses haverem esmagado os protestos estudantis em Pequim, o Solidariedade alcançou uma vitória eleitoral esmagadora. Em 24 de agosto, quase dez anos após o Solidariedade surgir em cena, Tadeusz Mazowiecki tornou-se o primeiro não comunista primeiro-ministro em um país na Europa Oriental.

Na Hungria, mudanças drásticas estavam igualmente em curso. O governo, que já era o mais liberal dos governos comunistas, permitiu associação e reunião dos cidadãos, e ordenou a abertura das fronteiras do país com o Ocidente. A abertura das fronteiras criou uma estrada para um número cada vez maior de alemães orientais, escaparem para o ocidente. O Partido Comunista Húngaro perdeu seu líder de longa data, Imre Nagy, o líder comunista da Revolução Húngara de 1956, quando em 4 de novembro, o Exército Vermelho invadiu a Hungria e derrotou rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20.000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo simpatizante soviético János Kádár. De início, János Kádár promoveu a perseguição dos revolucionários: 21.600 presos, 13.000 internados, 400 mortos. Na década de 60, porém, com a frase de efeito "quem não está contra nós, está conosco", declarou uma anistia geral, reprimiu gradualmente alguns excessos da polícia secreta e efetuou reformas liberais na economia e na cultura, de modo a tentar superar a hostilidade popular contra si próprio e o regime. Em 1988, Kádár foi alijado do cargo de secretário-geral do Partido Comunista e o dirigente reformador comunista Imre Pozsgay foi admitido no Politburo. No mesmo ano, o parlamento aprovou um "pacote democrático", que incluía pluralismo sindical; liberdade de associação, de reunião e de imprensa; uma nova lei eleitoral; e uma revisão radical da Constituição. Em 23 de Outubro, dez meses após o início das reformas políticas, a Hungria adotou uma nova constituição que permite um sistema multipartidário e eleições diretas.

O colapso econômico do regime comunista da Alemanha Oriental levou um número crescente de alemães orientais tentarem fugir para o Ocidente. Milhares buscaram refúgio em embaixadas da Alemanha Ocidental em outros países comunistas, eventualmente, forçando o governo a permitir-lhes a emigrar via trens especiais. Ao visitar Berlim Oriental, Gorbachev advertiu a liderança comunista da Alemanha Oriental da necessidade de reformas políticas, e confidenciou a seus assessores que o líder da Alemanha Oriental, Erich Honecker, deveria ser substituído. Duas semanas depois, Honecker foi forçado a renunciar, enquanto centenas de milhares marcharam em protesto nas principais cidades da Alemanha Oriental. Em 9 de Novembro de 1989, o mundo assistia pela televisão, o Governo da Alemanha Oriental anunciar a abertura de todas as fronteiras da Alemanha Oriental. Em uma reação inesperada do povo, no mesmo dia o ‘Muro de Berlim’ veio abaixo, quando um porta-voz da Alemanha Oriental, obviamente mal informado ou intencionalmente, disse a repórteres que as novas regras de imigração também se aplicavam a Berlim.

Antes do final do mês, Helmut Kohl, Chanceler da Alemanha Ocidental, revelou um plano para a reunificação das duas Alemanhas.

Quando o muro caiu, com ele caíram os temores de uma reação Soviética, e as peças do dominó começaram a cair em um ritmo acelerado.

Em outubro de 1989, a polícia prendeu centenas de pessoas em Praga após uma reunião não autorizada; apenas algumas semanas depois, centenas de milhares se reuniram em Praga para protestar contra o governo. Alexander Dubcek, o comunista reformista que liderou a Primavera de Praga em 1968, fez sua aparição pública após mais de duas décadas. Um novo governo, não comunista, assumiu o país em 5 de Dezembro, e, em 29 de dezembro, Vaclav Havel, um dissidente e famoso dramaturgo, foi eleito presidente.

Na Bulgária, protestos levaram ao afastamento de Todor Zhivkov, o líder de longa data do Partido Comunista Búlgaro, e sua substituição pelo reformista, Petar Mladenov. O novo governo rapidamente anunciou que o governo iria realizar eleições livres em 1990.

Só na Roménia aconteceram eventos violentos. Nicolae Ceausescu, um seguidor cada vez mais idiossincrático dos tempos stalinistas, se recusou fazer quaisquer reformas. Em 17 de dezembro de 1989, em Timisoara, o exército e a polícia dispararam contra a multidão que protestava contra as políticas do governo, matando dezenas pessoas. Os protestos se espalharam para outras cidades, em 21 de dezembro Ceausescu ordenou a repressão violenta das manifestações, resultando em centenas de mortos. No dia seguinte, Ceausescu foi forçado a fugir de Bucareste e foi preso por unidades do exército no campo. No governo interino, liderado pelo reformista Ion Iliescu, Ceausescu e sua mulher foram julgados, condenados, e executados em 25 de dezembro.

Até o verão de 1990, todos os antigos regimes comunistas da Europa Oriental foram substituídos por governos democraticamente eleitos. Na Polónia, Hungria, Alemanha Oriental e Tchecoslováquia, recém-formados partidos de centro-direita ascenderam ao poder pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Na Bulgária e na Roménia, comunistas reformadores mantiveram o controle dos governos, mas novos partidos de centro-direita chegaram aos Parlamentos e tornaram-se participantes na nova liberdade política. Um projeto foi criado para a reintegração do Leste Europeu nas estruturas econômicas, políticas e de segurança ocidentais.

Em 10 de novembro de 1989, Anatoly Chernyaev, assessor de política externa de Gorbachev, escreveu em seu diário, que a queda do ‘muro de Berlim’ representou "uma mudança no equilíbrio mundial de forças" e o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Eduardo G. Souza
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Livros indicados:

Antonio Gramsci do Liberalismo ao "comunismo Crítico"
   Autor: Losurdo, Domenico
   Editora: Revan

 Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo
   Autor: Lênin, V. I.
   Editora: Anita Garibaldi

 Depois da Queda - O Fracasso do Comunismo e o Futuro do Socialismo
   Autor: Blackburn, Robin
   Editora: Paz e Terra

 Cortar o Mal Pela Raiz! História e Memória do Comunismo na Europa
   Autor: Meira, Caio
   Editora: Bertrand Brasil

 Utopia do Expurgo - O que Foi o Comunismo?
   Autor: Koenen, Gerd
   Editora: Loyola

A PENA DE MORTE É A SOLUÇÃO.



Os programas policiais e os noticiários das emissoras de TV, e os jornais noticiam diariamente confrontos armados entre marginais em determinadas áreas das cidades. Os apresentadores, usando entrevistas com moradores das áreas, clamam com veemência por uma participação maior da policia na segurança desses locais, acusando os governos de serem omissos na garantia da segurança nessas áreas.

Em primeiro lugar é necessária uma reflexão sobre o comportamento desses moradores nesses eventos. O que temos visto em geral, quando a policia intervêm e confronta os marginais, são esses mesmos moradores acusarem os policiais de usarem força excessiva e de entrarem na ‘comunidade’ atirando. Só que eles esquecem ou querem esquecer que esses marginais, que estavam trocando tiros, e colocando em risco esses moradores, estão fortemente armados e atirando sem qualquer cuidado ou selecionando seus alvos. Como então os policiais poderão entrar nessas áreas sem trocar tiros com esses marginais?

Há muitos anos que a simples presença de um policial não inibe as ações criminosas de marginais!

E quando a ação da polícia abate um desses marginais, esses mesmos moradores, por livre ou imposta decisão, vão para as imediações colocar fogo em ônibus, interditar vias e usar outras formas de protesto, acusando os policiais de terem matado um trabalhador, que, em geral, está desempregado, nunca trabalhou e tem uma extensa folha penal.

E o pior, quando um real morador é vítima desse confronto, sempre foi um policial o culpado, pois marginal não paga indenização, mas, do Estado acionado por rábulas, que sempre aparecem nessas situações, especialistas em arrancar indenizações do Estado acusando os policiais, é mais fácil de conseguir algum dinheiro. Não importa a verdade, o que importa é tirar algum proveito da situação. Mesmo que todas as evidências apontem que os policiais não foram culpados, as acusações acontecerão e os tumultos com queima de ônibus, obstruções de vias públicas e confrontos com a ‘tropa de choque’ vão acontecer.

E porque a policia não consegue manter a segurança pública? Falta de efetivo... Pode ser um dos fatores. Falta de recursos... Pode ser outro fator. Falta de equipamentos adequados... Certamente, pois os marginais possuem armas muito mais potentes e sofisticas que as dos policiais, mas esse é apenas mais um dos fatores. A causa mais relevante e a questão legal! Os policiais estão a cada dia apenas ‘enxugando gelo’!

Nossa legislação penal é totalmente inadequada, apresenta buracos e mais brechas que facilitam a chicane e a libertação dos marginais. Em 1988, a ‘Constituição Cidadã’ garantiu que a justiça fosse a mais favorável possível àqueles que poderiam ser vítimas de qualquer injustiça, ela defende os direitos individuais procurando dar todas as garantias ao cidadão. Mas, enquanto procurou preservar direitos, postergou nos deveres, e criou mecanismos jurídicos de proteção tais, que hoje é muito difícil manter um criminoso preso. Os policiais prendem, os promotores acusam, e os juízes ‘soltam’, diz o ‘povo’. Mas, as pessoas esquecem que os juízes julgam seguindo a ‘Lei’, e os advogados de defesa que estão familiarizados com esses tipos de crime, são profundos conhecedores das brechas das leis.

Assim é normal, quando um marginal é preso, que seja detentor de extensa folha penal, constando inúmeras acusações e até condenações. E todos perguntam: “como esse individuo está solto?” A resposta é simples – a culpa é das ‘Leis Criminal e de Execução Penal’.

Por outro lado, se todos os apenados fossem presos, não haveria prisão para todos. A progressão penal tem colocado nas ruas muitos condenados, hoje basta cumprir 1/6 da pena para conseguir a progressão, não fora isso as cadeias estariam muito mais abarrotadas do que está acontecendo. Celas para um determinado número de detentos estão sendo ocupadas por quatro ou cinco vezes suas capacidades. Isso é uma realidade incontestável, poucas prisões conseguem manter o número de detentos por cela estabelecidos.

Então o que fazer?

Em primeiro lugar combater a miséria com seriedade e sem politicagem.

Miséria se combate com emprego, com salários que satisfaçam às necessidades básicas de uma família. Miséria se combate com oportunidades iguais para todos, educação, saúde, saneamento, habitação, segurança e lazer são as necessidades básicas que devem ser satisfeitas com um salário digno, que possibilite o cidadão a sair verdadeiramente da miséria, pelos seus próprios méritos, sem depender de benesses ou esmolas governamentais ou sociais.

É necessária também uma revisão das ‘Leis Penal e de Execução Penal’, uma reforma séria que dê condições aos juízes de colocar e manter criminosos atrás das grades.

E acredito a essa altura muitos estarão pensando que eu iria propor o aumento de penitenciarias... Não! Pois considerando o nível que a criminalidade atingiu em nossa sociedade e as graves consequências econômicas que vivemos, não temos condições de investir na construção de novas penitenciárias e manter nelas um número ainda maior de presos, seria até econômica e socialmente imoral, retirarmos verbas que podem ser aplicadas em saúde, educação e infraestrutura para alojar e manter marginais.

Mas, como resolver esse problema?

Só existe uma solução...

Na verdade as autoridades atualmente mesmo com todo o rigor de suas ações, estão fazendo papel de tolos, pois reprimem a criminalidade, mas os marginais estão fazendo a cada dia coisas piores, então elas não percebem ou não querem perceber isso, pois aqueles que reconhecem são abatidos pelo desânimo.

Cada dia os criminosos são mais violentos e fazem de propósito, pois é uma forma de intimidar e afrontar a sociedade.

Será que a pena de morte poderia assustá-los? Ou o uso da pena de morte ou pena capital aumentaria a violência? Será que não há nenhuma esperança de dissuadir os criminosos de matar pessoas sem qualquer motivo?

A pena de morte ou pena capital é um dos temas mais controversos e está dividindo a sociedades, são diferentes os pontos de vistas, opiniões e razões abordadas por ambos os grupos.

Estamos defendendo usar a pena de morte como uma sentença para os assassinos reincidentes (premeditado ou não), os assassinos em série, os estupradores e pedófilos, e para aqueles reincidentes cujos crimes sejam considerados selvagens.

A pena de morte é aplicada com frequência em 57 países, outros 35 têm a legislação que permite a pena capital, mas não a aplicam a mais de 10 anos, entre os que ainda aplicam a pena de morte, estão países como Estados Unidos, Japão, Afeganistão, Botswana, Etiópia, Guatemala, Índia, Nigéria, Sudão, Síria, Zimbábue e Uganda.

De acordo com relatório da Anistia Internacional, 1.634 pessoas condenadas foram executadas em 2015. Um aumento de mais de 50% em relação ao ano anterior e o maior número registrado pela Anistia Internacional desde 1989. No entanto, a China, que lidera a lista das execuções, não divulga os números de aplicação da pena, pois são considerados segredo de Estado. A estimativa é que a China, sozinha, execute mais presos que todos os demais países juntos.

A maioria dos países deixa a decisão de adoção ou manutenção da lei capital a critério do povo. Assim, em vários países o povo foi ou é convocado por plesbicito para votar sobre o tema.

Em muitos lugares grupos de advogados, grupos de interesses especiais e lobistas se envolvem, e tentam influenciar os cidadãos para votarem contra ou a favor da lei.

Alguns defendem a vida de um criminoso alegando que todos têm "direito à vida", é um excelente argumento e deve ser aplicado também as vítimas. Alguns gritam, e gritam, sobre o direito do criminoso a vida, mas esquecem de se preocupar e pensar sobre aqueles cujo ‘direito a vida’ foi violado. Os direitos individuais de uma pessoa não são superiores aos de nenhuma outra pessoa. Em uma visão individual, uma pessoa tem apenas dois direitos – o ‘Direito à Vida’ e o ‘Direito de Escolha’ ou Direito de Decidir. Tudo o que você pode fazer é determinado por esses dois direitos.

Para manter uma sociedade civilizada e sadia, as pessoas devem ter uma moral ilibada e serem responsáveis por suas ações. Mesmo que o "direito à vida" possa, em princípio, garantir que nenhum indivíduo tem o direito de tirar a vida de outra pessoa, o ‘direito de escolha’, por outro lado, garante que cada ação praticada é fruto de uma decisão tomada pelo indivíduo. Então cada pessoa deve ser responsável pelos seus atos, se alguém tomar uma decisão errada deve arcar com as consequências da sua decisão.

Assim, a sociedade não pode permitir que um indivíduo sistematicamente tome decisões erradas, que coloquem em risco a vida de outros e a saúde da sociedade. A "maioria" não pode sofrer por ações criminosas de um individuo que coloque em risco essa maioria, então a sociedade deve tomar uma ‘decisão’, pois a saúde social é mais importante que a vida de um único marginal.

As pessoas que não são ateias, de uma forma ou de outra, querem seguir os ensinamentos religiosos ou apenas acreditar em Deus. Essas pessoas, em geral, acreditam serem superiores aqueles que não acreditam em um Deus. Eles acham-se melhores simplesmente por causa de sua fé religiosa ou de sua crença em Deus. Alguns usam suas crenças para defender a vida de assassinos contumazes, sem levar em conta os sentimentos dos familiares das vítimas, sem avaliar como uma morte prematura pode transformar em uma bagunça e tornar difícil a vida dos familiares da vítima, garantindo estarem certos de acordo com sua crença, se fechando em si mesmos a quaisquer outras opiniões contrárias.

Esta área específica é onde as coisas são muito nubladas. Aqueles que possuem uma crença religiosa ou simplesmente acreditam em Deus, creem serem perfeitos, e sua crença infalível. No entanto, como sabemos, os seres humanos não são perfeitos e são sempre falíveis. Então é quase impossível discutir e argumentar com aqueles que professam uma fé, sendo sua posição, de acordo com os princípios dogmáticos de sua crença, a favor ou contra a pena de morte.

Para buscar uma solução racional para os argumentos estabelecidos sobre a sentença de pena de morte, temos que compreender o direito moral, e objetivamente pesar o valor de uma pessoa em confronto com o valor de toda a sociedade. E analisar friamente se a única opção disponível se reduz a sociedade eliminar um assassino contumaz, com a certeza de ser esta a única alternativa para salvar vidas de pessoas úteis e ajustadas socialmente, se você acreditar ser melhor correr o risco que eliminá-lo, então acredite também que sua vida não vale um centavo nas mãos de um assassino.

O direito individual à vida é automático (nasce com o indivíduo), contudo quando o indivíduo tira a vida de outros, ele infringiu os direitos a vida dos outros. O direito de um indivíduo não pode ser superior aos direitos dos outros, e quando o indivíduo, por sua ação, nega os direitos dos outros a vida, ele está errado... e pelas regras de igualdade ele também deve ter seus direitos individuais negados.

A pena de morte é, sobre tudo, um de modo a prevenir o crime. Algumas pessoas, no entanto, afirmam que a pena capital não faz nada para impedir ou prevenir o crime. No entanto ela é forma de dissuasão e as estatísticas, não podemos negar, mostram que, quando aplicada, ela ajuda a deter os assassinos e os crimes que cometeriam.

Alguns defendem a prisão perpetua, acreditam que deve haver algo errado, comportamental ou fisicamente, com os assassinos, estupradores e pedófilos, e eles devem ser presos por toda sua vida, e não executados.

Na verdade esse grupo está empurrando sobre os ombros da sociedade um duro e continuo peso financeiro e administrativo, que em nada contribuirá para melhorar a sociedade. As verbas para manter esses criminosos encarcerados, seriam muito mais bem aplicadas em atendimento das necessidades do povo.

Em uma sociedade civilizada, cada indivíduo deve tomar as medidas necessárias, para responsabilizar ​​aqueles que tirarem a vida de outras pessoas. A mensagem deve ressoar a uma só voz, de modo a fazer todos compreenderem que aqueles que forem reincidentes em assassinar, estuprar e violar crianças pagará com a sua vida seus crimes.

Finalizando, acredito que a pena capital poderia ser aplicada por um determinado período, e, de acordo com os resultados, ser posteriormente avaliada a continuidade da necessidade de sua aplicação.

E os presos deverão ser executados da forma mais humana possível.

Eduardo G. Souza
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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

A IMPORTÂNCIA DA MORAL SOCIAL.



Ao longo dos anos, temos avançado na causa do bem-estar humano e na compreensão de que a vida é um bem de valor real, digna do esforço humano para mantê-la custe qualquer sacrifício.
Com a compreensão verdadeira da vida, compreendemos que temos pouco controle de nossas vidas ou do futuro. Muitas vezes apenas reagirmos cegamente sem entender porque, e vivemos como as folhas sopradas pelo vento. É a felicidade da ignorância, é a felicidade da estupidez. Mas a compreensão do que está fora de si, é o que separa o humano do animal. Sem compreensão da vida, não somos melhores do que os animais e, algumas vezes, nos comportamos pior que eles.  
No entanto, para alcançar a vida plena, temos que refletir sobre a nossa vida, e colocar a verdade à frente do ego, dos prazeres, do orgulho, dos preconceitos, etc., e, em busca da consciência do Ser, chegarmos à compreensão verdadeira e honesta de nosso comportamento como ser individual e social.
Quando repentinamente o mundo que aceitamos como nossa própria realidade, parece ter mudado e ficado mais violento, ficamos consternados: "Como é possível que essas coisas aconteçam?", "Precisamos mudar a lei!", dizemos uns aos outros. Nós não vemos que a lei, sem a sua compreensão, não vai mudar a nossa atitude ou dos outros perante a vida. A maioria dos crimes não é resultado de falha da lei ou porque os criminosos não são humanos, mas devido à falta de compreensão do indivíduo de sua condição humana.
Existe uma vasta literatura expondo a subversão da sociedade em nosso tempo, como foi tratada no livro "1984". Neste livro de George Orwell (um ativista da esquerda, que viu a luz) a realidade foi camuflada como ficção. Mas despojada da dramatização, a história predisse claramente o que estava para acontecer, ou seja, que a mentira seria apresentada como verdade, o ódio seria disfarçado como o amor e a guerra seria promovida como meio de impor a paz. A história seria constantemente reescrita para atender os planos do poder legal (Grande Irmão). As crianças (ensinadas em falsos valores) seriam espias de seus pais, para que eles tivessem um comportamento politicamente correto, tudo e todos estariam constantemente espionados.
Estamos vivendo em um mundo de privação da humanidade e da ignorância, porque não nos incomodamos em estudar e aceitar a lógica básica da vida. O comportamento social tem sido subvertido pelo individualismo. O senso comum tem se tornado uma mercadoria rara.
Eu tenho procurado fazer meu trabalho de conscientização, tenho ajudado a "mostrar o mundo ao mundo", para que no final não sejam capazes de dizer: "Nós não sabíamos, não tínhamos nenhum aviso". A vida é valiosa demais para desperdiçada.
Dizem que existem três tipos de pessoas no mundo: “aqueles que fazem as coisas acontecerem, aqueles que assistem as coisas acontecerem, e aqueles que nunca sabem o que os atingiu”. Aqueles que não querem se incomodar em tentar compreender os eventos, compõem as duas últimas categorias e é hoje a grande maioria das pessoas do mundo.
Nós não temos de sacrificar-nos a escravidão da ignorância. As luzes do mundo nunca brilharam mais brilhantes; hoje as noites escuras da ignorância foram transformadas em dias brilhantes do conhecimento; informações inundam nosso dia, a capacitação técnica tem mudado o mundo, mas ainda assim as sombras da ignorância e do desespero cada vez mais rapidamente formam nuvens e mais nuvens em nossas vidas.
O conhecimento é a única coisa de valor real que podemos acumular.
Um famoso filósofo chinês teria respondido à pergunta: "Qual é a primeira coisa que você faria como governante de um novo estado?", dizendo: "A primeira coisa que faria seria definir o significado das palavras."

Esse homem sabia da necessidade do conhecimento. Um significado claro para as palavras que usamos é essencial. Quando nós permitimos e incentivamos a adaptação de palavras para um determinado grupo, com significados próprios, perdemos a coesão social e promovemos as divisões sociais.
Então, vamos tentar definir o significado da palavra do que talvez seja o mais importante em uma sociedade humana. A palavra "moral".
A palavra moral significa o tipo de comportamento ou ação que é socialmente benéfico. Moral não é apenas, como alguém ou algum dicionário pode definir, uma questão de se comportar de acordo com a convenção social. A moral vai além de se comportar de acordo com a consciência, ou agir de modo racional dominando as ações emocionais. Moral não é uma exigência arbitrária da lei, do governo, dos pais ou de Deus, é um comportamento que, em longo ou curto prazo, é verdadeiramente de natureza benéfica para a vida. Se a moral faz exigências sobre a consciência é coincidência.
Se o verdadeiro sentido da palavra "moral" fosse positivamente ensinado e socialmente promovido, é improvável que a decadência social pudesse prosperar.
"Ideologia" é outra palavra que também merece uma menção. Ela significa uma ideia sobre o que se imagina seria socialmente ideal. Pode ser uma ideia pensada por alguns acadêmicos que acreditam que a sociedade pode ser planejada para atender desejos de uma elite, desprezando as lições da história da humanidade, ou pode ser parte de um brilhante plano para subverter ou enfraquecer uma sociedade adversária.
O que está sendo feito hoje, em todo o mundo, é simplesmente uma versão “high tech”, mais refinada, do que foi feito na Alemanha de Hitler e na Rússia de Stalin, é parte de um plano para tirar vantagem do desejo humano normal de obter alguma coisa por nada e culpar os outros pelos seus problemas.
O enredo é manipular o comportamento social, para o benefício do poder ditatorial.
Quando as lições de compreensão, a experiência e a razão são substituídas por desejos humanos deformados, a confusão e a frustração se tornam a base para o comportamento humano, e a sociedade torna-se cheia de conflitos, violência e práticas de corrupção.
O estudo das civilizações passadas revelam padrões comuns de crescimento e decadência, que terminam com a promoção do entretenimento e do prazer irresponsável. O individualismo substitui as atitudes cooperativas que originalmente fazem uma grande nação.
A Bíblia adverte contra a adoração de ídolos, e os ídolos em tempos pré-cristãos eram principalmente imagens de madeira ou metal. Hoje temos adoração de ídolos que podem variar de cantores pop a outros artistas, a equipes esportivas e jogadores, partidos políticos e a líderes. Estes ídolos ocupam uma quantidade enorme do tempo do pensamento da sociedade, bem como os esforços dedicados de muitas pessoas inteligentes e altamente motivadas.
Que valor humano ou social resulta da ocupação de uma energia enorme e do esforço intelectual quando dedicado ao culto de atividades desnecessárias? Artes, esportes, política, etc., podem preencher uma necessidade social, mas quando a energia é dirigida a um ídolo em oposição ao bem-estar humano, ela está sendo socialmente desperdiçada e colocando em risco o bem estar social.
Afirma-se frequentemente que uma civilização foi superada pelos bárbaros, mas essa é a visão dos perdedores. Não há nada mais bárbaro ou primitivo do que o próprio comportamento social que leva à decadência dessa sociedade. Quaisquer armadilhas externas contra avanço da sociedade podem ser superadas quando a união social é mantida, mais nada pode alterar os resultados destrutivos de uma ação social que tem a intenção da gratificação pessoal, em vez do progresso humano e social.
A saúde de uma sociedade é medida pela sua moralidade. Pela natureza do poder moral, que "bárbaros" são superiores a moralidade? Mesmo que os bárbaros possam ser violentos, brutos e cometerem atrocidades terríveis, esses atos são menores em valor frente às atrocidades realizadas por uma sociedade degenerada, desperdiçando suas realizações humanas. Uma sociedade preparada para sacrificar os interesses particulares pelo bem-estar da comunidade tem uma forte motivação para combater e superar a degeneração social. Nós pensamos que nossa sociedade não pode declinar, mas decadência social é historicamente uma possibilidade.
Hoje as nações avançadas são efetivamente governadas por uma insanidade ditatorial. Sofrem com a perda significativa da memória histórica. Não existe uma sociedade que possa destruir o câncer da imoralidade social e inspirar um novo começo. Se uma "moral social" não emergir das crises que estão vivenciando as nações, nada poderá evitar um novo desastre da humanidade.
Eduardo G. Souza
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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

OS EUA E AS RELAÇÕES COM CUBA



Os Estados Unidos tem hoje a melhor oportunidade de por fim a miséria e ao sofrimento do povo cubano. Por mais de meio século, Fidel Alejandro Castro Ruz e agora seu irmão Raúl Modesto Castro Ruz dominam o poder em Cuba. Infelizmente, não poderia ter sido evitado, mas hoje os Estados Unidos tem condições de, finalmente, dar ao povo cubano a liberdade que merece, e sem que um único tiro seja disparado. A oposição em massa ao regime moribundo dos Castros dá uma oportunidade única e uma obrigação aos Estados Unidos de libertar o povo cubano. E essa eliminação do regime comunista cubano também irá ajudar em parte a vencer a guerra contra o terror.

A deterioração da economia e as ameaças às liberdades individuais patrocinadas pelos mal sucedidos regimes comunistas ocidentais, são, em princípio, as principais causas de suas próprias queda um dia. Certamente a deterioração da economia e a tirania levaram à queda de muitos países comunistas, e o melhor exemplo é a derrocada da União Soviética. Cada regime comunista usa a técnica da "opressão das massas", para manter o poder conquistado pelas revoluções, até mesmo aqueles que se auto definem como "democráticos", são liderados por marxistas dissimulados, e roubam a liberdade de milhões.

Assim, pode-se tentar justificar as primeiras violações em massa de direitos individuais promovidas por Castro, como uma justificativa para a vitória e manutenção das conquistas da revolução. Só que a revolução em vez de trazer a liberdade do povo, trouxe a tirania do partido comunista. Considerando que Castro e os seus revolucionários, em nome da revolução, sacrificaram, com culpa ou não, sem um julgamento justo, milhares de vidas, não é de se estranhar que, posteriormente, cometessem os abusos em massa dos direitos individuais que se seguiram. De acordo com ‘O Livro Negro do Comunismo’, desde o início de seu reinado, Castro mandou prender pelo menos 400 mil pessoas e matou, ou contribuiu para a morte, de 25 mil a 37 mil pessoas.

Em relação à "expansão das revoluções", resolução aprovada pelo II Congresso do Partido Comunista de Cuba, em 1980, declarou: "... a importância de continuar a promover a consolidação de uma frente comum para apoiar as transformações estruturais indispensáveis ​​exigidas pela região. Este processo será apoiado pela incorporação, em larga escala, de grupos cristãos e organizações nas lutas de libertação nacional e justiça social, como ocorreu na Nicarágua e El Salvador”.

Ele também declarou em uma entrevista a Le Fígaro Magazine: "Os Estados Unidos queriam que nós fizéssemos um erro estratégico e tático, ao proclamar a revolução como um movimento comunista. Na verdade, eu era um comunista... Eu achei que um bom marxista-leninista não deveria proclamar ser uma revolução socialista nas condições que existiam em Cuba em 1959. Eu acho que fui um bom marxista-leninista em não fazer isso, e não dar a conhecer as nossas crenças subjacentes. O que os Estados Unidos queriam para nos julgar, era saber o que nós pensamos, e se nos deixaríamos ser manobrados ou manipulados por ele. Eu acho que foi uma coisa excelente não anunciarmos o marxismo-leninismo ou a natureza socialista da revolução na época". Lembrem-se, os EUA não sabia que Castro era comunista até alguns anos após a sua revolução.

A primeira tentativa de Castro de destruir a liberdade de outros povos, além dos cubanos, foi quanto em 1948 ele ajudou a revolução na Colômbia, ao mesmo tempo, tentou derrubar o ditador da República Dominicana. Se Castro fosse um verdadeiro defensor da liberdade, estas seriam boas ações, mas todos nós sabemos que, se essas tentativas fossem bem sucedidas, uma tirania antiga seria substituída por uma nova tirania com mais aliados.

As violações dos direitos individuais se estenderam até mesmo a estrangeiros. Por exemplo, acredita-se que as forças cubanas que foram para o Vietnã, foram mobilizadas para ajudar na tortura e no interrogatório de prisioneiros de guerra americanos e inimigos, o que pode significar que Castro teve papel no desaparecimento milhares de prisioneiros de guerra nas Guerras do Vietnã e da Coreia, onde os prisioneiros americanos e inimigos foram torturados, e às vezes banidos para prisões de trabalho forçado em países do Bloco Oriental. Acredita-se que muitos deles ainda são prisioneiros, ​​podendo ainda estar vivos.

Castro nunca conseguiu o seu sonho de transformar outros países no modelo de sua própria utopia. Mas, conseguiu influenciar alguns. O melhor exemplo disso é a Venezuela, que produzia cerca de um quarto do petróleo importado pelos Estados Unidos, e era um país estratégico mundial. Quando Chávez decidiu adotar o modelo ‘bolivariano’ em seu país, não surpreendeu o apoio que recebeu de Fidel Castro. Hugo Chávez era um admirador declarado de Fidel Castro, da China e do comunismo, rapidamente tomou o poder após a sua eleição. Para preparar o seu regime totalitário, ele criou os Círculos Bolivarianos, a versão venezuelana de Comitês de Defesa Revolucionárias de Cuba. Os Círculos Bolivarianos dominaram as delegacias de polícia em todo o país, e nacionalizaram as unidades das maiores empresas de petróleo. Parte desse petróleo confiscado foi posteriormente exportado para Cuba de graça ou a preços escandalosamente baratos, permitindo que o regime cubano sobrevivesse por algum tempo.

Os planos de Fidel Castro para ajudar Hugo Chávez foram os mesmos que ele usou no Chile de Salvador Allende, que envolveu o envio de forças especiais cubanas para ajudar na montagem de um regime totalitário. Fontes da oposição na Venezuela denunciaram a presença de militares cubanos, e como esses assessores e oficiais de inteligência dominaram os serviços de inteligência da Venezuela, as escolas militares, o controle dos portos e aeroportos, a Guarda Presidencial de Chávez, e todas as unidades da indústria do petróleo.

Quando as forças de oposição levantaram-se e quase tiraram Hugo Chávez do poder na Venezuela, Fidel Castro correu para ajudar Chávez, forças especiais cubanas assumiram a sua segurança, garantiram sua posição, e, finalmente, levaram a vitória de Chávez. De certa forma a vitória de Hugo Chávez na Venezuela alimentou as tendências comunistas de grupos no Brasil, na Argentina, no Equador e no resto da América Latina. Era, naquele momento, até quase provável, que os sonhos de Castro de uma revolução latino-americana bem sucedida, liderada por si mesmo, pudessem realmente se tornar realidade nos anos subsequentes.

Nesse contexto, vocês podem até se surpreender por Cuba não violar tratados internacionais e ter armas químicas e biológicas, além de patrocinar o terrorismo, e também não ter ousado quebrar acordos da Guerra Fria entre os anos de 1960 a 1970. No entanto, em 1962, a inteligência americana notou um súbito aumento no número de navios soviéticos a caminho de Cuba, transportando equipamentos para o início da montagem de pampas para lançamento de mísseis. O secretário de Defesa, Robert McNamara, determinou que a movimentação fosse observada de perto.

Apesar dos indícios suspeitíssimos, John Kennedy e seus auxiliares caíram no conto de Nikita Kruschev, que jurava de pés juntos que a URSS não colocaria armas ofensivas em Cuba. Mas, comunicações entre cubanos na ilha e seus parentes exilados em Miami, denunciavam os trabalhos estranhos dos russos, o governo americano, contudo, optou por desprezar as informações. Apenas o diretor da CIA, John McCone, acreditava nas informações vindas de Cuba e nas observações de seus agentes, que indicavam ser a carga dos navios soviéticos bélica, o diretor da CIA, no entanto, foi incapaz de convencer o presidente. A negligente inocência de Kennedy chegou a tal ponto, que ele não entendeu o recado, uma semana antes da crise explodir, do presidente de Cuba, Osvaldo Dorticós – que era apenas mensageiro do regime, pois quem mandava mesmo era Fidel –, quando discursou na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, que afirmou com uma clareza cristalina: "Se Cuba for atacada, saberá se defender. Repito: temos meios para nossa defesa. Também temos nossas armas inevitáveis, as armas que preferíamos não ter adquirido, as armas que desejamos jamais utilizar".

Dias depois um avião U-2 equipado com câmaras fotográficas especiais fotografou o que parecia ser uma nova construção militar em San Cristóbal, na província de Pinar del Rio, no oeste de Cuba. As fotografias foram examinadas com minúcia e confirmaram: os soviéticos se preparavam para instalar mísseis em Cuba, e as características das instalações fotografadas pelos americanos indicavam que esses mísseis seriam carregados com ogivas atômicas.

As implicações eram gravíssimas. Os soviéticos fincariam bases para serem capazes de disparar um míssil nuclear contra qualquer cidade americana. Ciente da gravidade do assunto, o assessor especial para Assuntos de Segurança Nacional, McGeorge Bundy, o primeiro a receber o explosivo relatório, decidiu levar imediatamente ao conhecimento do chefe. Ao despertar para o desafio, o mais jovem presidente eleito da história americana (aos 43 anos, em 1960) enfim mostrou possuir a estatura intelectual e moral necessária para liderar a principal democracia do mundo. Imediatamente relatórios do gabinete do presidente dos Estados Unidos ao Congresso denunciaram violações de tratados por Cuba em setembro e outubro de 1962. O relatório denunciou que a violação aconteceu pela tentativa de ‘implantação de armas ofensivas’ (mísseis MRBM e IRBM; e bombardeiros médios) em Cuba.

Calejado após algumas trapalhadas nos dois primeiros anos de governo, Kennedy definiu o confronto como a linha mestra de condução da crise. Sabendo do apoio dos países não alinhados a Moscou, o presidente decidiu não fazer nenhum movimento brusco, e ofereceu um tempo para que Kruschev sentisse a pressão e recuasse. Foi, de fato, o que acabou ocorrendo, resultado do bloqueio naval no Atlântico. Nikita Kruschev, o soberano de um império que se caracterizava pela sua frieza e destemor diante do sentimentalismo dos ocidentais, foi o primeiro a ceder. A Casa Branca recebeu uma mensagem incomum. No lugar dos comunicados impessoais e sisudos geralmente assinados por Kruschev, chegava uma carta extensa e franca, claramente escrita sob forte emoção, os nervos de aço de Kruschev haviam fraquejado? O certo é que ele decidiu oferecer um acordo aos americanos, e redigira a carta de próprio punho, sem consultar a cúpula comunista. Sua proposta era que se Kennedy prometesse não atacar Cuba, todos os mísseis iriam embora.

"Entendemos perfeitamente que, se atacarmos vocês, vocês responderão da mesma forma. Somos pessoas normais, que compreendemos e avaliamos corretamente a situação. Só lunáticos e suicidas poderiam agir de outra forma. Não queremos destruir seu país, mas sim, apesar das nossas diferenças ideológicas, competir pacificamente, e não por meios militares. Somente um louco é capaz de acreditar que as armas são os principais meios de vida de uma sociedade. Se as pessoas não mostrarem sabedoria, elas entrarão em confronto, e a exterminação recíproca começará." escreveu Kruschev.

Kennedy não pode, porém, aparecer como um mocinho pacato que afugentou o bandido que apontava uma arma para sua testa. É importante lembrar que o inimigo foi atraído pelo próprio presidente, que era muito mal assessorado por militares que adoravam um conflito armado. Com a inútil, mal organizada e fracassada invasão à Baía dos Porcos, em abril de 1961, Kennedy ofereceu de bandeja a melhor desculpa possível para Castro e Kruschev – a de que era imperioso armar a ilha para evitar outra tentativa de invasão a Cuba. Os Estados Unidos aprenderam a lição e não voltaram mais a cogitar invadir Cuba, mesmo depois do fim da guerra fria.

Cuba também tentou violar os acordos de proliferação de armas entre 1970 e 1974 pela tentativa da aquisição e uso de submarinos carregados com mísseis nucleares soviéticos em águas territoriais cubanas. Novamente as ameaças de intervenção dos Estados Unidos frustraram os intentos bélicos de Fidel. 

É claro que Cuba não usa somente violar tratados na tentativa de uma abordagem para promover os seus objetivos. Por exemplo, em 22 de maio de 1977, Jimmy Carter recomendou que os americanos deveriam parar de serem paranoicos quanto à ameaça do comunismo cubano, poucos dias depois Cuba enviou uma grande força militar para a Etiópia, em uma interferência comunista internacional. Qualquer um que parecia ser uma ameaça para Cuba, como Ronald Reagan, por exemplo, era considerado um alvo, poderia ser assassinato, sofrer um forte ataque de propaganda ou outras formas de minimizar sua capacidade de ameaçar Cuba. Quando era presidente, Ronald Reagan, poucos dias depois de falar contra Fidel Castro, recebeu um pacote com um boneco espetado por uma agulha dessas usadas por agentes funerários, juntamente com um bilhete com uma ameaça de morte. O bilhete foi assinado por "amigos de Cuba". Se isso foi sobre as ordens e inteligência de Cuba ou não, não sabemos, mas mostra que Cuba usava forças amigáveis mesmo nos Estados Unidos.

Na verdade as questões militares e até o sonho de converter os países latinos americanos ao comunismo ficaram no passado, hoje o principal problema de Cuba é que a sociedade e o povo podem ser bem controlados, mas pouco é produzido. Fidel Castro não conseguiu transferir seu sucesso inquestionável na política para o dinamismo econômico. As coisas estão tão complicadas na economia cubana, que o melhor exemplo é a baixa produtividade agrícola. De acordo com informações do governo cubano, Cuba teve que gastar 1,9 bilhões de dólares na importação de alimentos só no último ano. Desde 2002, quando Fidel ainda era o Comandante, o país vem reduzindo a produção de açúcar, a fim de produzir mais alimentos. Após o colapso da economia açucareira, o país quis desenvolver novos sectores de produção - mas o projeto falhou miseravelmente. Os técnicos agrícolas cubanos admitem que os resultados tenham sido devastadores.

Particularmente atrozes para a agricultura são os efeitos do "tudo pertence ao governo", essa política tem consequências negativas para o setor agrícola, onde as reformas socialistas tentaram resolver todos os problemas, mas o problema central - a propriedade da terra – nunca foi solucionado. Esse problema é colocado claramente na declaração de um lavrador: "Por que eu deveria investir na terra, se ela não pertence a mim?"

Os problemas cubanos se agravaram e não existem perspectivas de melhora com a deterioração da economia e a crise política da Venezuela. Dependente do petróleo e dos recursos vindos da Venezuela, Cuba vê com muita preocupação a diminuição da produção de óleo e a desvalorização monetária que assolam a Venezuela. A crise venezuelana já é sentida e atinge duramente a economia cubana.  

Ao mesmo tempo, os salários não podem acompanhar o ritmo do custo de vida. E, nesse quadro, o peso cubano perdeu 176 por cento do seu poder de compra desde 1989. Para tentar minorar o problema, em 1994, Fidel Castro criou o ‘peso cubano convertível’ (CUC), com um valor igual ao dólar estadunidense, um CUC vale cerca de 30 pesos cubanos. O CUC é a moeda que os turistas usam (o turismo é hoje a maior fonte de divisas do país), ela é aceita em hotéis, restaurantes, lojas de artigos turísticos, locadoras de veículos, táxis e todos que prestam serviços turísticos. O peso cubano, a moeda nacional usada pelos cubanos, não é aceita em locais que recebem os turistas. Um taxista que consiga transportar turistas faturando 25 CUCs por dia, em 20 dias de trabalho, um mês, vai embolsar, em moeda nacional, 12 mil pesos cubanos, o que equivalente a cerca de 50 meses de salário de um cubano que ganhe o salário mínimo. Se uma pessoa optar por largar seu emprego para esmolar em frente a um hotel e conseguir dos turistas 1 CUC por dia, no final do mês ela terá ganho 900 pesos cubanos, mais que o dobro do salário mínimo de um trabalhador (até parece às bolsas benesses do Brasil). Essa busca desesperada pelo CUC e outras moedas estrangeiras, principalmente o dólar, tem impulsionado a prostituição (feminina e masculina) e uma rede mafiosa de contrabando de charutos cubanos, muito apreciados por charuteiros de todo o mundo. Por isso, Raúl Castro não pode oferecer a juventude cubana algumas perspectivas positivas para o futuro.

Na maioria das vezes a culpa pela situação ruim da economia cubana é da administração, da tomada de decisões e do planejamento, centralizados e superburocratizados. A economia está estrangulada pelos burocratas estatais cubanos.

Outro problema enfrentado por Raúl é a dependência da Venezuela, que está fornecendo petróleo barato ou doado para Cuba. No momento, cerca de 30 mil especialistas cubanos – médicos, engenheiros e militares - estão na Venezuela. A remuneração deles está sendo uma fonte significativa de receita para Cuba amortizar a dívida do óleo fornecido pela Venezuela. No entanto, a crise política e econômica que acontece na Venezuela, coloca em risco o fornecimento de petróleo e a receita advinda do trabalho desses cubanos na Venezuela e em outros países. 

Nos tempos coloniais, Cuba era escrava da Espanha, em seguida, dos Estados Unidos e, após a revolução, para a União Soviética. Agora é dependente da Venezuela e de seu presidente Nicolás Maduro - mas isso é discutido somente a portas fechadas pela cúpula do governo em Cuba. Um legado do Comandante, que está fazendo o povo sofrer.

Mas os Castros tem dado pouca atenção ao sofrimento dos cubanos e a baixa produtividade da economia e ficam muito felizes em atribuir ao ‘embargo comercial’ americano à culpa de todos os males que consomem a economia e destroem o país.

Agora cabe ao irmão mais novo de Fidel, Raúl limpar essa bagunça, e esse reparo, passa necessariamente, por uma aproximação com o governo norte americano. Já que não conta mais com a ajuda da extinta URSS, a Venezuela, que desde o tempo de Chávez e Fidel, lhe prestava ajuda, está falindo e os países latinos americanos parecem dar uma guinada para a ‘direita’. Mas, parece que Raúl Castro ainda está apegado aos caquéticos princípios revolucionários que levaram Cuba a decadência social e econômica.

Hoje os Estados Unidos não precisam lançar mão de medidas militares contra Cuba, ao contrário, com o isolamento e o colapso da economia cubana, os Estados Unidos com um movimento de apoiou a Cuba, poderá facilmente mudar sua imagem de país opressor, que ainda está na consciência de parte do povo cubano, e se transformar em um país amigo de deu a mão a Cuba quando ela desce ladeira abaixo.

Em um encontro histórico, Raúl Castro pediu a Barack Obama que seja suspenso o embargo econômico à ilha. O líder norte-americano se comprometeu a avançar com a normalização das relações entre os dois países, mas o bloqueio permanece. Pois, por outro lado, Obama solicitou ao líder cubano que o governo respeite os direitos humanos e as liberdades política do povo cubano. Portanto, não cabe somente aos Estados Unidos, nesse momento, estender a mão para salvar o regime dos Castros, mas ao governo cubano promover as mudanças necessárias para assegurar a democracia e a liberdade do povo. E assim, sem violência ou o sacrifício de vidas de americanos ou cubanos, libertar a nova geração cubana da tirania, da opressão e da miséria, pois os jovens do povo cubano são amantes e anseiam a liberdade. 

Eduardo G. Souza.

Fontes:

Allison, Graham & Zelikow, Philip. Essence of Decision, Explaining the Cuban Missile Crisis.
Ayerbe, Luis Fernando. A Revolução Cubana.
Bandeira, Luis Alberto Moniz. De Martí a Fidel: a Revolução Cubana e a América Latina.
Brenner, P. & Kornbluh, P. Clinton’s Cuba Calculus.
Chairman, Joint Chiefs of Staff. Justification for US Military Intervention in Cuba (includes cover memoranda). 
Courtois, Stéphane e outros. O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO - Crimes, terror e repressão. (Apenas a título de esclarecimento são coautores: Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin, e colaboraram: Remi Kauffer, Pierre Rigoulot, Pascal Fontaine, Yves Santamaria e Sylvain Boulouque) Tradução CAIO MEIRA.
Moser, John & Hahn, Lori. The Cuban Missile Crisis, 1962: 'The Missiles of October'.
Pope, Ronald R. Soviet Views on the Cuban Missile Crisis: Myth and Reality in Foreign Policy Analysis.
Valle, Amir. Habana Babilonia – Prostitution in Kuba.
Valle, Amir. Jinetera.