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Eduardo G. Souza e Lígia G. Souza.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Conviver com a morte.

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Existem pessoas que partilham a opinião de Leo Tolstoy, no artigo "Morte o significado da vida", de que a morte é um fim em vez de uma transição, e mesmo assim são muito otimistas sobre a vida.


Hermann Bondi apresenta a opinião de muitos humanistas na seguinte passagem:


- “Como humanista, acredito na importância dos laços humanos, das interações humanas, do significado que tem em nossas vidas as nossas relações uns com os outros. Assim, concordo com Donne (John Donne, 1572–1631, poeta jacobino inglês, pregador e o maior representante dos poetas metafísicos da época) que a morte de alguém, abate todos nós. Contudo, esses sentimentos de perda, dor, tristeza, presentes nessa situação, têm sido atribuídos, as obras que lamentamos não ter realizado a tempo e o sentimento de vazio, e devem ser analisados considerados quanto mais difícil que eles possam ser. Se uma pessoa morre na idade madura, depois de uma vida que teve altos e baixos, uma vida que foi, pelo menos em certo sentido, cumprida, então a dor deve ser limitada no tempo, e não em profundidade. A naturalidade da morte, e o fato de que ela é inevitável, deve conformar a perda que aconteceu nesse caso. Mas se uma pessoa morre nova, então a tristeza, a dor, o horror, assim como a raiva do evento, não podem ser facilmente superadas. Ter que ficar para sempre imaginando o que a pessoa que morreu teria vivido, imaginando a contribuição que essa pessoa poderia ter dado para a sociedade, tudo isso pode ser insuportável." (Neuberger e Branco, 1991, p. 125)


Ao contrário de Tolstoi, para algumas pessoas é o próprio conhecimento de que a vida termina com a morte, que dá sentido e estrutura à vida.


Outro contribuinte, Rosemary Dinnage, escreveu:


"A vida é um dom extraordinário, um dom incrível, um presente surpreendente, e que parece simplesmente não reclamar para dar uma resposta. Para mim a resposta é escrever o que sinto, senão parece que eu tenho perdido tudo isto, toda esta experiência diária, e que eu não faço nada. Então, para mim é uma coisa a fazer sobre ela, que, como eu disse, está realmente relacionada ao fato de que, como se sabe, a experiência é finita, que está chegando ao fim." (Dinnage, 1990, p. 181)


Se o fato de que a vida termina com a morte, dá a vida pelo menos uma estrutura, podemos contemplar a vida sem a morte?

Eduardo G. Souza.
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