Mesmo que muitos não admitissem abertamente, e mesmo que
andássemos pegando emprestado muito dos modos americanos de pensar e agir, a
maioria dos brasileiros estava muito apegada às suas famílias. Os mais novos
iam visitar os familiares próximos, às vezes, diariamente, e, em muitos casos,
os jovens cuidavam de seus idosos, complementando sua baixa renda.
Funcionava em ambos os sentidos, com muitos jovens recebendo
apoio de suas famílias até a maioridade - quer vivendo em casa com os pais ou
recebendo ajuda financeira.
Se os pais viviam no subúrbio e os jovens e as crianças na
cidade, era comum a reunião familiar nos finais de semana na casa dos idosos. Era
uma festa ir a casa dos Avós! Sempre havia uma surpresa ‘deliciosa’ para a
sobremesa e aquele carinho, enroscadinho, nos braços da vovó, além do
trocadinho que o vovô sempre dava para ajudar na merenda durante a semana.
O tempo com a família também era muito importante, e muitas
vezes era gasto em conversas, jogos de tabuleiro ou cartas, todos juntos
assistindo TV, visitando parentes ou participando de reuniões familiares, como
aniversários, casamentos, etc.
De qualquer forma, era melhor não ficar no caminho de um brasileiro
e sua família! Elogiar a família ou pelo menos perguntar sobre a família, os
filhos, e você ganhava muito no relacionamento com um brasileiro, mesmo quando
lidava com negócios.
Os presentes para os membros da família e o interesse pelos
membros da família ia muito longe com os brasileiros. Para muitos europeus
ocidentais e americanos, onde as relações familiares não eram necessariamente
tão próximas, esse fato era uma surpresa no primeiro contato com o Brasil.
É, era assim para a maioria dos brasileiros.
Eduardo G. Souza.
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