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Eduardo G. Souza e Lígia G. Souza.

domingo, 2 de outubro de 2016

COMO ALGUÉM AINDA PODE SER COMUNISTA?



Um exemplo mais notório do fracasso do regime comunista foi a coletivização forçada, a reforma agrária realizada pelos soviéticos entre 1928 e 1933. Acreditava-se que a coletivização iria maximizar o uso e o potencial do campo para suprir as necessidades urbanas e industriais.  A indústria russa estava decolando e enormes quantidades de alimentos seriam necessárias para suprir as necessidades dos trabalhadores urbanos.

A resistência dos latifundiários e proprietários rurais, muitos deles pequenos agricultores que trabalhavam sua própria terra, foi violentamente combatida e muitos foram presos e mortos nas mãos dos carrascos.  A tomada de todas as terras agrícolas e o confisco pelo estado das colheitas e do gado resultou no desabastecimento e redução da produção agrícola. O resultado da coletivização forçada foi pago pelos agricultores e pela classe mais baixa, mais de dez milhões de pessoas morreram de fome em cinco anos.

Exatamente a mesma atrocidade aconteceu na China comunista, entre 1958 e 1961. Durante este tempo, a agricultura privada foi proibida como tinha sido na Rússia de Stalin, e cerca de 33 milhões de pessoas morreram de fome, possivelmente a fome mais destrutiva da história da humanidade. Para sair dessa crise econômica mortal a China adotou o ‘capitalismo de bambu’, regime econômico chinês que divide o controle do Estado com a existência e o crescimento do setor privado.

Essa ação dos regimes comunistas está relacionada à ausência da garantia dos direitos de propriedade dos cidadãos. Marx defendia em seu ‘Manifesto Comunista’ o confisco forçado de toda a terra e propriedades para o bem da comunidade nacional. Isto, do ponto de vista dos cidadãos comuns, é um roubo.  Pois eles são forçados a aceitar decisões do governo comunista quer eles gostem ou não.  Isso, é claro, deve ser aceito sem discussão pois o "poder sempre está certo", e qualquer reação contrária resulta em um monte de homens armados aparecerem e tomarem tudo você tem "para a glória da pátria", como acontecia e acontece com os soviéticos e outros cidadãos dos países comunistas.

A baixa produtividade dos regimes comunistas está associada a uma característica da personalidade humana. Os incentivos, tais como salários mais elevados, gratificações, são necessários para dar às pessoas a força e o estimulo que necessitam para trabalhar duro em um trabalho difícil e produzir mais.

Quando não há incentivos adicionais disponíveis, como acontece nos estados comunistas, onde todos receberam uma parte igual, mesmo que uns tenham trabalhado duro para produzir e outros não, faz com que as pessoas em trabalhos difíceis rapidamente percam sua motivação.  Por exemplo, se um trabalhador parar de se preocupar muito com a qualidade, quando ele inspecionar os carros em uma linha de montagem, e isso não faz nenhuma diferença para ele, pois não mudará seu salário ou causará sua demissão, ele irá relaxar e diminuir a ‘enchissão de saco’ dos companheiros da linha de montagem. 

Essa falta de incentivo também tende a acender a revolta contra o governo, pois os trabalhadores creem que o governo não lhes dá o reconhecimento devido, quando eles fazem um bom trabalho. Essa revolta pode desencadear comportamentos distintos, alguns ficam apáticos e diminuem o seu ritmo de produção, outros partem para o vandalismo e passam a sabotar a produção. Muitos estados comunistas caíram devido a este problema da falta de incentivos.

A doutrina de Marx é repleta de lógica defeituosa, lacunas e problemas não resolvidos. Sua ideia de economia é baseada na teoria do valor-trabalho, que afirma que um carro, por exemplo, deve custar mais do que uma TV, porque é necessário mais trabalho para produzi-lo.  Mas esta é uma simplificação exagerada do mercado.

A Pepsi tem o sabor quase idêntico ao da Coca-Cola, mas custa mais barato.  O trabalho é o mesmo, mas as pessoas estão felizes em pagar mais caro por uma única diferença - o nome da marca.  O mesmo acontece com a quase todos os produtos do mercado.

Da mesma forma, um tênis pode custar mais de 1.000 reais no Brasil, apesar de ser fabricado na China ou Taiwan por cerca de 10 dólares. E por que eles custam tanto?  Porque as indústrias que dão suas marcas, vai vendê-los com base na demanda do mercado, da procura pelo público.  É por isso que elas pagam atletas para fazerem propaganda dos seus produtos, para torná-los mais desejável para os fãs desses atletas.

É expressamente por isso que o marxismo-comunismo causou o colapso total de tantas economias nacionais, ele pensa em um mercado sem vontade, sem emoção, e não consegue entender que existe uma sutileza entre determinados produtos e outros. A força da propaganda e marketing. Isso, em primeiro lugar, é porque o comunismo se fundamenta em uma utopia, ele não é baseado na realidade.

Marx ainda fundamentou sua filosofia comunista em outro princípio discutível, a ‘luta de classe’, ele afirmou que ela tem sido, de longe, a principal causa de todas as contendas, guerras, dos problemas econômicos e dos regimes desmoronarem. Em geral as sociedades são classificadas em três principais classes de pessoas: a parte superior, a do meio, e a inferior. A classe superior detém a maior parte da riqueza; a classe mais baixa a menor parte da riqueza; e a classe média fica de resguardo entre elas, mantendo a esperança de ascensão e difundindo ideias e ideologias na classe mais baixa.  Sem a classe média, cabeças são cortadas.

Na verdade o comunismo não abole a luta de classes, como ele proclama, mas mantém-na. Ele faz isso porque em qualquer governo deve haver um grupo de pessoas administradoras, e é provável normalmente esse grupo desfrutar de seu poder.  Ao manter o seu poder, os líderes de um estado comunista separam a população em pelo menos duas classes, a classe dominante (os membros do comando do partido comunista) e, de preferência, todos os outros na classe dominada.

Os estados comunistas, geralmente, não têm admitido uma classe média, e essa ausência é notada nas revoluções russa de 1917, chinesa de 1949, cubana de 1959, e em uma série de outras.  Todas essas revoluções terminaram com a ascensão de um estado dominado por líderes e confrarias comunistas, e todos eles foram a ruína de suas respectivas nações, porque os próprios líderes e seu entourage comunistas assumiram as mesmas deformidades da classe alta elitista que haviam deposto.

Isso podemos constatar em nosso país, onde um partido ‘pseudo-comunista’, que mesmo não tendo implantado o regime comunista no país, ao ascender ao poder passou a agir pior que os demais partidos que ele severamente criticava. Eles vêm tentando eliminar a ‘classe média’, todas suas ações foram para enriquecer ainda mais a ‘classe alta’, a quem eles se associaram para assaltar o erário e as estatais, e para enganar, com esmolas, a ‘classe baixa’, pois é ela que com seus votos os mantêm no poder. Eles odeiam a ‘classe média’... Vocês lembram: “Eu odeio a classe média...” rosnou Marilena Chauí no início da discurseira que enfadou a festa dos 10 anos de governo lulopetista, e o ‘apedeuta’ rindo aplaudiu aquela ‘alienada’. E se continuarem no governo esse ‘ódio’ levará fatalmente a extinção da ‘classe média’! 

E finalmente, os regimes comunistas podem ser diretamente responsabilizados pela morte de, pelo menos, oitenta e cinco milhões de pessoas no século XX.

Stalin sozinho assassinou mais de vinte milhões, embora algumas estimativas calculem de 53 a 80 milhões.

Em 1975, o Khmer Vermelho tomou o poder no Camboja e estabeleceu uma utopia comunista. Eles imediatamente cometeram genocídio de seu próprio povo. Pelo menos dois milhões foram brutalmente executados por métodos primitivos, em conformidade com a posição anti-tecnológica do Khmer Vermelho, muitas das vítimas foram assassinadas simplesmente por usarem óculos. Pessoas muito Inteligentes foram presas e algumas executadas, pois eram consideradas uma ameaça direta e grave para a Khmer Vermelho.

E não vamos esquecer Mao TséTung, ele pode não ter sido tão mal como Stalin, mas ele era a própria definição de indiferença para com a humanidade.  Seu "Grande Salto Adiante" causou a morte por inanição de mais de quarenta e cinco milhões de civis chineses.

Assim não consigo entender como alguém, em sã consciência, consegue ser comunista!

Eduardo G. Souza.

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