Liberdade.

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Porque não existe outra pretensão em nossos escritos, que não seja expressar o nosso pensamento, nossa forma de ver e sentir o mundo, o Homem e a Vida.
Se você acreditar seja necessário e ético, favor indicar a origem e o Autor. Ficamos lhe devendo essa!
Um grande abraço.
Eduardo G. Souza e Lígia G. Souza.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O MOTEL


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Geraldina não agüentou e contou para a Laurinda:
“- Viram teu marido entrando num motel.”
Laurinda arregalou os olhos... Ficou assim, uma estátua de espanto, durante um minuto, um minuto e meio.


Depois pediu detalhes:
“- Quando? Onde? Com quem?”
“- Ontem. No Baby Dreams.”
“- Com quem? Com quem?”
“- Isso eu não sei.”
“- Mas como ela era? Era alta? Magra? Loira?”
“- Não sei, Lau.”
“- Coriolano me paga. Ah, se me paga.”
Quando o Coriolano chegou em casa Laurinda anunciou que iria deixá-lo e contou por quê.


“- Mas que história é essa, Laurinda? Você sabe quem era a mulher que estava comigo no motel. Era você!”
“- Pois é! Maldita hora em que eu aceitei ir ao Baby Dreams! Toda a cidade ficou sabendo. Ainda bem que não me identificaram.”
“- Pois então?”
“- Pois então? Agora eu tenho que deixar você. Não vê? É o que todas as minhas amigas esperam que eu faça. Não sou mulher de ser enganada pelo marido e não reagir.”
“- Mas você não foi enganada. Quem estava comigo era você!”
“- É! Mas elas não sabem disso!”
“- Eu não acredito, Laurinda! Você vai desmanchar nosso casamento por isso? Por uma convenção?”
“- Vou!”
Mais tarde, quando Laurinda estava saindo de casa, com as malas, Coriolano a interceptou. Estava sombrio:


“- Acabo de receber um telefonema...” Disse.
“- Quem era?”
“- Era o Chico.”
“- O que ele queria?”
“- Fez mil rodeios, mas acabou me contando. Disse que, como meu amigo, tinha que contar...”
“- O quê?”
“- Você foi vista saindo do motel Baby Dreams ontem, com um homem.”
“- Mas o homem era você!”
“- Eu sei, mas eu não fui identificado.”
“- Você não disse que era você?”
“- O que? Para que os meus amigos saibam que eu vou ao motel com a minha própria mulher?”
“- E então?”
“- Desculpe, Laurinda, mas...”
“- Mas o quê?”
“- Antes de você ir embora, vou ter que te dar uma surra... Pois é isso que meus amigos esperam que eu faça!”


Moral da história:
Devemos cuidar apenas da nossa saúde, pois da nossa vida... todo mundo cuida!
Consta como autor - Luiz Fernando Veríssimo.

Fazemos sempre o que os outros esperam de nós?

Recentemente relia um estudo acadêmico clássico, onde os pesquisadores examinaram a influência dos estereótipos sobre, o humor, a sociabilidade e a inteligência dos indivíduos. O que eles acharam, é que quando nós acreditamos que os outros pensam que somos atraentes, então nos esforçamos para aparecer mais brilhantes, sociáveis e divertidos. Sua conclusão nos oferece uma explicação de por que nos esforçamos, em várias situações sociais, para agir e nos comportar exatamente como os outros esperam de nós.


A pesquisa tenta entender porque procuramos sempre responder às expectativas dos outros.
Um dos entrevistados disse: "- Eu sempre fui tido como muito inteligente, então eu sinto que tenho de ser a pessoa mais inteligente da sala. Na escola eu sempre trabalhei tão duro em meus estudos, que não tive tempo para desenvolver relacionamentos. Eu gostaria que fosse de forma diferente."
Outro entrevistado declarou: "- Todo mundo sempre me disse que eu sou muito agradável. Faz-me sentir mal quando tenho a impressão que não sou todos sorrisos e gentil para alguém."
Outro afirmou: "- Eu sempre fui uma pessoa que acreditam faça as outras pessoas rirem. Por muito tempo eu senti que tinha obrigação de ser sempre ‘engraçado’. Se eu não estava alegre e engraçado, eu achava que as pessoas não gostariam de mim. Hoje, eu sinto como se não tivesse a liberdade de ser sério."
Você já sentiu a pressão de como as pessoas esperam que você aja de certa maneira, em uma área específica ou tenha um bom desempenho em uma tarefa definida? Se for assim, você não está sozinho. Um enorme número de pessoas sofre essa coação, 95% dos entrevistados para a pesquisa, disseram que lutam com todo seu valor para atender as expectativas dos outros.
Eu me pergunto se os restantes 5%, que não admitiram seus sentimentos, não foi porque estavam preocupados com o que os pesquisadores esperavam que eles respondessem.
Então podemos concluir que estamos preocupados com a forma como os outros irão reagir a nós. Você já teve experiência dessa avaliação limitada. Você espera que possa descobrir o que esperam de você, e quanto mais pensa sobre isso, se torna cada vez mais ansioso. O que a pesquisa mostra é que o seu comportamento e suas ações são altamente influenciados pelo que você acredita esperarem de você.
Lidar com as expectativas dos outros é realmente difícil.
Eu gostaria de poder dar-lhes uma lista com comportamentos e formas de ações verdadeiramente eficazes para encontrar a liberdade neste domínio. Eu não posso! Não é tão fácil, simplesmente decidir não ouvir as opiniões dos outros. Em muitos casos, é bom saber o que seus pais, professores e amigos esperam muito de você. Temos uma tendência natural de aumentar as expectativas dos outros, mas um pequeno empurrão aqui e ali para trabalhar mais, treinar mais, ou estudar um pouco mais, pode ajudar ao longo do caminho. Por isso, não é aconselhável simplesmente decidir ignorar as expectativas dos outros. O problema surge quando você deixa que os outros definam seu comportamento e ações, quando você se sentir totalmente dominado pelo esforço para atender as expectativas dos outros, ou quando você pensa que você tem que agir de determinada maneira, a fim de ser amado e aceito.
Eu gostaria de poder afirmar que a insegurança causada pelas expectativas dos outros é algo que você vai poder dominar e superar. Provavelmente não é. Sei que muitas pessoas, de todas as idades, estão em cativeiro grave por causa da tentativa de agradar aos outros.
Se você não pode simplesmente ignorar as vozes em torno de você, se não há nenhuma esperança de superar a pressão para agradar aos outros. Então qual é a resposta?


Estou feliz que você chegou até aqui. Nossa única esperança é perceber que o nosso valor não é determinado por aquilo que os outros esperam que façamos ou sejamos, ou até mesmo como os outros nos vêem, mas simplesmente pelo que Esperamos de Nós e pela maneira como Nós nos Vemos.
Em vez de procurar visualizar como os outros querem que você seja, procure apresentar-se a você mesmo.
Em seguida, desafie os seus pensamentos interiores preocupados com o seu desempenho. Procure fazê-los realidade. Pense nos seus objetivos. Desvende quem você é. E determine e controle o que você faz. Você é a mais brilhante, inteligente e divertida das criaturas. O que faz você uma pessoa credível e convincente. Pois você é capaz de agradar a si mesmo.
Seja Feliz!

Eduardo G. Souza.
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