Liberdade.

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Eduardo G. Souza e Lígia G. Souza.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ouvi essa história e achei ótima...


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Um casal de jovens recém-casados era muito pobre e vivia de meeiro um sítio no interior.


Um dia o marido fez a seguinte proposta para a esposa: "- Querida eu vou sair de casa, vou viajar para longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável... Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa, que você me espere e enquanto eu estiver fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você."

Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que chegou a uma fazenda que estava precisando de alguém para trabalhar.


O jovem ofereceu-se para trabalhar e foi aceito. Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito.

O pacto foi o seguinte... Ele disse ao fazendeiro: "- Me deixe trabalhar pelo tempo que eu quiser, e quando eu achar que devo ir o senhor me dispensa das minhas obrigações... Eu não quero receber o meu salário... Peço que o senhor o aplique na fazenda até o dia em que eu for embora... Nesse dia o senhor me dá o dinheiro que tenho direito e eu sigo o meu caminho."

Tudo combinado. Aquele jovem trabalhou durante quinze anos, sem férias e sem descanso.


Depois de quinze anos procurou o patrão e disse: "- Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para casa."

O patrão então lhe respondeu: "- Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo, só que antes quero lhe fazer uma proposta, tudo bem?" E lhe disse: "- Eu lhe dou o seu dinheiro e você vai embora... Ou lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora."

E concluiu: "- Se eu lhe der o dinheiro, eu não lhe dou os conselhos, se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro... Vá para o seu quarto, pense e depois me dê à resposta."

Ele pensou durante dois dias, então procurou o patrão e disse: "- Quero os três Conselhos."

O patrão novamente frisou: "- Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro."

E o empregado reafirmou: "- Quero os conselhos!"

O patrão então lhe falou: "- Primeiro... Nunca tome atalhos em sua vida... Os caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida; Segundo... Nunca seja curioso para aquilo que não lhe diz respeito, pois a curiosidade pode ser mortal; Terceiro... Nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você pode se arrepender e será tarde demais."

Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim: "- Aqui você tem três Pães... Esses dois para você comer durante a viagem e esse terceiro é para comer com sua esposa quando chegar em casa."


O homem então seguiu seu caminho de volta, depois de quinze anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava.

Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou: "- Pra onde você vai?"

Ele respondeu: "- Vou para um lugar muito distante que fica a mais de dez dias de caminhada por essa estrada."

O andarilho disse-lhe então: "- Este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é mais curto, e você chega em poucos dias".

O homem contente, começou a seguir pelo atalho, quando lembrou-se do primeiro conselho, então voltou e seguiu o normal.

Dias depois ele encontrou um velho que lhe contou que o atalho o levaria a uma emboscada, e ele seria roubado e morto, como já havia acontecido com outros.

Depois de alguns dias de viagem, já muito cansado, ele achou uma pousada à beira da estrada, onde pode hospedar-se. Pagou à diária e após tomar um banho, deitou-se para dormir.

De madrugada acordou assustado com gritos estarrecedores. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local dos gritos.

Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu.

Ao amanhecer, após tomar café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não havia ouvido os gritos e ele disse que tinha ouvido.

O hospedeiro perguntou: "- E você não ficou curioso?"

Ele disse que não.

O hospedeiro lhe contou: "- Você é um dos poucos hóspedes a sair daqui vivo, pois quando o vizinho tem crises de loucura, ele grita durante a noite e quando o hóspede sai, ele mata-o a machadadas e enterra-o no quintal."

O homem prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar a sua casa.

Depois de alguns dias e noites de caminhada... Já ao anoitecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casa, continuou andando e ao longe viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa.

Estava anoitecendo, mas ele pode ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu que ela estava acariciando os cabelos de alguém deitado com a cabeça em seu colo.

Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e amargura, então decidiu correr ao encontro dos dois e matá-los sem piedade.

Respirou fundo, e se preparou para correr em direção a eles, quando lembrou-se do terceiro conselho.

Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e no dia seguinte tomar uma decisão.

Ao amanhecer, já com a cabeça fria, ele disse para si: "- Não vou matar minha esposa e nem o seu amante... Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta... Só que antes, quero dizer a minha esposa que eu sempre fui fiel a ela."

Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira em seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta afastá-la, mas não consegue.

Então com as lágrimas nos olhos ele lhe diz: "- Eu fui fiel a você e você me traiu..."

Ela espantada lhe responde: "- Como? Eu nunca lhe trai, esperei durante esses quinze anos."

Ele então lhe perguntou: "- E aquela pessoa que você estava acariciando ontem ao anoitecer?"

E ela lhe disse: "- Ah... Aquele jovem é nosso filho... Quando você foi embora, descobri que estava grávida... Hoje ele está com quinze anos de idade."

Então o marido entrou, conheceu e abraçou o filho, e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café.

Sentaram-se para tomar café e comerem juntos o último pão. Após a oração de agradecimento, ele parte o pão e ao abri-lo encontra todo o seu dinheiro, o pagamento por seus quinze anos de trabalho e dedicação.


Muitas vezes achamos que o atalho queima etapas e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade...

Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que nos dizem respeito e que nada de bom nos acrescentará...

Outras vezes, agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois...

Espero que você, assim como eu, não se esqueça nunca desses três conselhos... Eles podem salvar ou mudar sua vida...
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