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Eduardo G. Souza e Lígia G. Souza.

terça-feira, 17 de abril de 2018

UM CRISTÃO PODE SER COMUNISTA?

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Vou ser radical e categórico... NÃO!
Um cristão não pode ser comunista, pois, estas duas doutrinas são diametralmente opostas. E a dialética filosófica tem discutido o tema, e a lógica conclui que não podem estar juntas essas doutrinas que são em princípio contrárias.
E por que eu afirmo que comunismo e cristianismo são incompatíveis? Em princípio o cristianismo está fundamentado na existência de um Deus e na vinda de seu filho, o Cristo, ao mundo para trazer aos Homens os princípios divinos dessa religião. Já o comunismo deixa de fora Deus e Jesus Cristo. O comunismo é declaradamente secularista e materialista. Georg Wilhelm Friedrich Hegel foi um filósofo alemão criador do ‘idealismo alemão’ e naturalmente da génese do que é chamado de ‘hegelianismo’. Ludwig Andreas Feuerbach, outro filósofo alemão, era um materialista histórico e é reconhecido como o criador da ‘teologia humanista’. Esses dois filósofos foram importantes na construção da filosofia marxista. Karl Marx abancou o materialismo de Feuerbach e acrescentou a dialética de Hegel, e, por isso, sua filosofia é denominada de materialismo dialético.
O materialismo se fundamenta, em princípio, na ideia que toda a realidade pode ser explicada em termos da matéria em movimento. Em outras palavras, ele diz que toda coisa básica da realidade tem sempre caráter material ou corporal. O materialismo se contrapõe, fundamentalmente, ao idealismo, que é errado quando afirma a precedência da consciência sobre o ser, ou da realidade ideal sobre a realidade material. Karl Marx era um materialista, e ele acreditava que toda a história da humanidade era determinada pelas forças económicas. Não havia lugar para Deus no marxismo, e por isso o comunismo tornou-se um regime ateu. E até hoje ele é ateu. Ele nega a existência de Deus. Quem vai a Rússia, ainda hoje, encontra algumas igrejas reunidas nas manhãs de domingo, mas sabemos que, apesar disso, o governo russo sempre vez e faz campanha contra a religião, contra Deus e a crença em Deus, desde a revolução de 1917.
O comunismo considera a religião intelectualmente como o produto do medo e da ignorância. Karl Marx em “Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie" (Uma Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel) (1844), escreveu: “O sofrimento religioso é, a um único e mesmo tempo, a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de condições desalmadas. É o ópio do povo.” (Die Religion ... Sie ist das Opium des Volkes). Apesar de Marx não ter sido o primeiro a utilizar a expressão, pois citações similares são encontradas em textos de Immanuel Kant, Herder, Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer, Moses Hess e Heinrich Heine, a autoria é com frequência atribuída a Marx.
Marx também afirmou que a religião, historicamente, sempre foi um instrumento que serve aos fins dos exploradores e opressores das classes trabalhadoras. Ela anestesia os oprimidos que não sentem a realidade da opressão. Enquanto os explorados e oprimidos crerem que o seu sofrimento lhes elevará ao paraíso onde gozarão da paz e da felicidade, eles considerarão a opressão como parte dos sacrifícios que o crente deve se submeter, um fardo necessário, para alcançar a salvação e não como uma coisa imposta pelos outros homens. Quando Marx disse que a religião é o ópio do povo, ele a via apenas como um bálsamo que alivia a dor dos oprimidos, que os torna apáticos, enevoando sua percepção da realidade e tirando-lhes a vontade de lutar contra a exploração e a opressão.
O cristão, por outro lado, acredita que a história não é movida por forças econômicas, mas por forças espirituais. Ele acredita que existe um Deus, criador do universo. Um Deus que ama os seus filhos, um Deus que trabalha através da história para a salvação do homem.
Os métodos empregados pelo comunismo são contrários ao cristianismo. Para os comunistas não há um poder divino ou uma ordem moral absoluta, não existem princípios imutáveis, fixos. Então, a força, a violência, o assassinato, a mentira, etc., são meios justificáveis para alcançar os fins últimos. Vladimir Ilitch Lenin, revolucionário, líder do Partido Comunista e primeiro presidente do Conselho dos Comissários do Povo da União Soviética, foi o responsável pela colocação da filosofia comunista de Karl Marx em prática, em certa ocasião ele disse: "Devemos estar prontos à empregar o ardil, a fraude, a violação das leis e a verdade encoberta ou incompleta”. Por isso muitas noites de terror e muitos dias de sofrimento têm assolado a humanidade, pois os seguidores de Lenin tomam esta opinião a sério e estão dispostos a agir de acordo com estas instruções, é uma questão histórica. ‘Para o comunismo os fins justificam os meios.’
Os cristãos acreditam que existem certos princípios morais no universo que são eternos e absolutos. O cristão acredita que há algumas coisas certas e outras coisas erradas. É errado mentir. Sempre foi errado, e sempre será errado. É errado odiar. Sempre foi errado, e sempre será errado. É errado tirar vidas preciosas que Deus deu aos homens. Era errado antes de Cristo, e é errado até hoje. Os cristãos acreditam que há coisas certas eterna e absolutamente, assim como, existem coisas que serão erradas ontem, hoje e sempre. Então, os cristãos não podem acreditar que ‘os fins justificam os meios’. Porque o fim é preexistente aos meios. E meios destrutivos não podem produzir fins construtivos. Métodos imorais não podem alcançar objetivos morais. E assim os cristãos estão frontalmente em desacordo com o ‘relativismo ético’ do comunismo.
Na doutrina comunista o Estado é uma realidade temporária, uma realidade provisória, que deve ser eliminada quando a sociedade sem classes emergir. Karl Marx discorria sobre o dia em que haveria uma sociedade sem classes. A classe trabalhadora, que ele chamou de proletariado, através da revolução tomaria o poder das classes dominantes, os empresários e os capitalistas. E, finalmente, eles iriam chegar ao poder, através de sua força, e iriam fundar uma sociedade sem classes. Ele disse que esta sociedade sem classes é o fim. E o homem se torna apenas um meio para esse fim. E se os chamados direitos ou liberdades de qualquer homem ficar no caminho, eles serão simplesmente ignorados. E assim, o regime reprime a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, a liberdade de reunião, etc., todas essas coisas passaram a serem controladas pelo Estado, que é manejado pelo partido comunista. E seja o que for determinado pelo partido, tem que ser feito. Todas as liberdades que são caras ao homem, podem ser negadas. O homem tem que ser um escravo, um escravo obediente e submisso ao Estado. O estado é onipotente e supremo, e por isso, ninguém na Rússia, China, Correia do Norte, Cuba, etc., de hoje, pode simplesmente se levantar e fazer um discurso contra o Partido Comunista. Alguém que viva em um país comunista, poderá escrever um livro dizendo certas verdades sobre o Partido, ele será preso e até mesmo morto. Foi o caso de Boris Leonidovitch Pasternak, poeta e romancista russo. Pasternak estudou filosofia na Alemanha e quando retornou para a Rússia publicou uma coleção de poesias. Durante a Primeira Guerra Mundial ele mandado ensinar e trabalhar em usina nos Urais, lá ele encontrou as ideias para a sua famosa obra ‘Doutor Jivago’, que só não fez sucesso na antiga União Soviética, obviamente por motivos políticos. Pasternak caiu em desgraça com o Politburo acusado de subjetivismo, no entanto, por ser conhecido e reconhecido por sua obra em quase todo o mundo, ele não foi enviado para Gulag. Em 1958 ele foi premiado com o Nobel de Literatura, mas não pode receber porque não foi autorizado a sair da União Soviética.
Sabemos que os momentos mais criativos da história foram os momentos em que as pessoas eram livres para pensar e expressar suas opiniões. A única coisa que torna o Ser um Homem é a sua liberdade. E por isso que um cristão nunca poderia concordar com o comunismo como um princípio filosófico, porque priva o homem da liberdade. Pois o Cristo veio para libertar o Homem, e se um homem não é livre, ele não é plenamente um Homem. Paul Johannes Oskar Tillich, teólogo alemão e filósofo cristão, afirmou: “Se um homem não tem a capacidade de deliberar, decidir, e de responder, ele não é um Homem, pois um Homem é um Ser livre”. Portanto, o comunismo está no caminho errado, ao negar a liberdade ao povo.
Por conseguinte, estou convencido de que um cristão não pode ser um comunista. Um verdadeiro cristão não pode aceitar o regime comunista.
Eduardo G. Souza

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