Liberdade.

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Eduardo G. Souza e Lígia G. Souza.

terça-feira, 17 de abril de 2018

CRISTO NÃO ERA CAPITALISTA OU COMUNISTA


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Algumas pessoas dizem que são cristãs e também comunistas porque o Cristo teria sido um comunista. Na verdade, se você realmente ouve os ensinamentos do Cristo, em vez dos ensinamentos de um professor sobre o que é moralmente correto, você aprenderá que a mensagem do Cristo era a coisa mais distante de qualquer teoria sobre um regime político. Você não pode afirmar seguir os ensinamentos de Cristo enquanto clama pelo comunismo (ou qualquer outra forma de governo).
Em Marcos 12:17, Jesus diz: “... Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus ...”. Jesus afasta sua mensagem das atribulações materiais que afligiam o povo. E está claramente dizendo que César e todos os demais deveriam receber o que merecem. Esta é uma maneira muito individualista de ver as coisas. Jesus não disse: “tire tudo de César e divida entre todos”. Nem disse: “dê tudo o que você tem a César, para que ele possa dividir entre todos os outros”. Jesus disse que César deveria receber o que lhe era devido.
“Mas Jesus disse que devemos cuidar dos pobres e dar aos necessitados. Assim, precisamos tirar dos ricos para dar aos pobres.” - Costumam argumentar os adeptos da esquerda.
Jesus nunca aceitou o ‘roubo’. Tirar de alguém e dar a outra pessoa é roubo! Mesmo quando as pessoas elegem uma pessoa para gerir o governo, não é dado a ela o direito de roubar alguns para dividir o produto do saque com outros. Jesus pediu que as pessoas doassem livremente, com a bondade de seus corações e em segredo. Em Mateus 6: 2, Jesus disse: “Quando pois deres esmolas, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas ...” Os hipócritas, nesse caso, eram aqueles que ostentavam suas doações para todos verem, para que o povo os louvasse... Assim como quando um esquerdista voa pelo país em seu jatinho particular condenando as pessoas ricas, a fim de obter os elogios e votos de pessoas comuns. Isso não é luta pelos pobres; isso é busca de atenção para agarrar o poder.
O mesmo vale para qualquer um que diga que a coisa certa é sobretaxar alguns e dar esse dinheiro para outras pessoas. Quando um comunista diz que os ricos devem "pagar mais", ele não é diferente dos hipócritas de que Jesus falou. Além disso, muitos comunistas possuem muitos bens, incluindo imóveis, barcos e até aviões. Engraçado como um homem que é tão generoso com o dinheiro de outras pessoas, a fim de ganhar votos, e não é tão generoso com o seu próprio. Isso é - na linguagem de hoje pelo menos - o que chamamos de hipócrita.
Os dez mandamentos também contradizem o comunismo. O oitavo mandamento diz: "Não furtarás". Bastante direto. Quando o governo tira dinheiro contra a vontade de alguém, está roubando. Assim como se um assaltante pegasse a carteira de alguém contra sua vontade. Estas são situações moralmente iguais. O Décimo Mandamento nos diz para não cobiçar as coisas de outra pessoa. Isso pressupõe desigualdade de renda, caso contrário, não haveria necessidade desse mandamento. Se o objetivo fosse tornar todos iguais, o Décimo Mandamento teria realmente dito: "Faça com que todas as pessoas tenham a mesma quantidade de coisas" (ou servos, servas, bois ou jumentos em termos bíblicos). A verdade é que esse mandamento está explicitamente dizendo às pessoas para não ficarem com inveja dos ricos, se elas não forem ricas (ou ambicionando qualquer outra pessoa por ter algo que elas querem).
“Mas a desigualdade de renda é ruim. Precisamos fazer todos iguais, porque não é justo que alguém tenha mais que os outros.” – É outro argumento comum dos esquerdistas.
Desigualdade de renda significa apenas que alguém trabalhou ou mereceu mais do que outra pessoa, e Jesus concorda. Em Lucas 12: 13-15, um homem chega a Jesus e pede a ele que diga ao irmão do homem para dividir igualmente a herança da família (certamente o irmão deveria receber mais). Jesus responde: “... Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?”. Mesmo Jesus, o Filho de Deus, disse que não era sua missão decidir estas coisas. Jesus passou a exortar o homem dos perigos da ganância. Jesus chamou o homem de ganancioso, mas não chamou o irmão do homem de ganancioso. Nem Jesus mandou que o irmão dividisse a herança em partes iguais.
Jesus foi na verdade muito pró-livre-vontade, individualismo e generosidade pessoal. Ele nunca disse a ninguém para tirar qualquer coisa de outra pessoa. Doar deve ser um ato feito livremente pelo indivíduo. Em Mateus 19: 21, Jesus confirmou a liberdade de escolha quando o mancebo o questionou, respondendo: “... Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, é dá-o aos pobres, ...” Ele não autorizou ninguém a tomar os bens do mancebo e distribuir entre os pobres, ele deu ao mancebo a oportunidade de trocar os bens materiais por prováveis bens espirituais. De fato, em todo o mundo, os Coxinhas fizeram muito mais pelos pobres que os Comunistas, eles doaram livremente muito mais aos pobres, através de várias organizações assistenciais, fundações e clubes de serviços (Rotary, Lions, Maçonaria, etc.).
“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas”. Isso não significa, “tirar de alguém mais para que você possa ter mais, pois eles terão menos”. Isso é imoral. Jesus nunca disse que a riqueza deveria ser redistribuída através do governo. Ele realmente apoiou a responsabilidade individual.
Então, da próxima vez que alguém disser que Jesus seria um comunista, não acredite nisso, pois ele sempre mostrou que sua mensagem não era sobre a vida material, não era sobre governos ou regimes políticos, mas sobre o espírito, sobre a vida espiritual.
Jesus não veio ao mundo como um Rei Guerreiro e Revolucionário que Judeus esperavam, pois, essa era a promessa dos profetas, um Rei que teria nas mãos a espada e o escudo, e elevaria o povo judaíco a se libertar do cativeiro romano e vencer todos os inimigos de Israel, levando o povo ao apogeu e a gloria. As expectativas que dominavam o povo judaico, fundamentadas em sua história, era a esperança de surgir um grande Rei e Líder Militar no estilo de Davi, no entanto, com o passar dos anos continuava aumentando a opressão, e Jesus não prometia a unidade, nem a independência política do povo de Israel, ao contrário, ele não combatia o Império Romano, e falava em uma vida eterna de felicidade e paz. Onde estava o porvir do povo judaico anunciado pelos profetas? Onde estava o esperado Império Político que iria melhorar as condições de vida do povo?
Na verdade, não podemos, jamais, materializar a mensagem do ‘Filho do Homem’ - “... Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus ...”.
Eduardo G. Souza.
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COMUNISMO E RELIGIÃO

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Os alemães Karl Marx e Friedrich Engels são apontados como os criadores das teorias e doutrinas do comunismo. Historicamente, porém, as concepções e ideais de uma sociedade comunista remontam ao período da Antiguidade clássica. Platão, em “A República”, descreveu um estado em que as pessoas compartilhavam todos os seus bens: "O privado e individual são completamente banidos da vida e tudo torna-se comum”.
Tanto o marxismo como o nazismo surgiram a partir do idealismo alemão do século XIX. A história é longa, sinuosa e complicada, começa com o racionalismo subjetivo iniciado por Descartes no século XVII. Ele sujeitou toda a realidade à dúvida metódica. Isso começou a caminhar em direção ao ceticismo e ao subjetivismo desenvolvidos por grandes filósofos como Locke, Hume, Berkeley, Kant, Fichte, Schelling, Hegel e Feuerbach, a última etapa do pensamento racionalista antes de Marx e Engels.
Ao longo de dois séculos, a filosofia tomou um rumo copernicano (para usar uma frase emprestada de Kant). Em vez do pensamento girando em torno da realidade; a realidade girava em torno do pensamento. A filosofia produziu a primazia da realidade para o homem, deslocando Deus. Não havia mais lugar para o cristianismo no pensamento ocidental, pelo menos no caminho que levou ao marxismo. A normatividade do mundo real foi descartada e Deus foi expulso como um intruso. A partir de então, o homem foi governado por interpretações subjetivas da realidade e por um materialismo exaustivo.
As consequências dessa dramática mudança da realidade para o subjetivismo tiveram consequências apocalípticas em nível pessoal, social e governamental, especialmente no Ocidente. Isso começou a acontecer antes mesmo da Revolução Russa, que é apenas um dos seus frutos amargos.
O ateísmo está no coração do comunismo. A palavra "ateísmo" vem de duas palavras gregas: ‘a’ que significa "não" e ‘theos’ que significa "Deus". Um ateu, portanto, é aquele que diz que "não há Deus". Ele nega a própria existência de Deus. A negação da existência de Deus é o fundamento sobre o qual toda a filosofia do comunismo é baseada. Karl Marx, afirmou que: “A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de condições sem alma. É o ópio do povo”.
Karl Marx acreditava que as religiões eram apenas obra do homem, e afirmou: “Religião é a impotência da mente humana para lidar com ocorrências que ela não consegue entender”.
Khrushchev, o ex-premiê russo, seguindo os princípios estabelecidos por Marx, perguntava as plateias, na televisão e no rádio, se os cosmonautas soviéticos tinham visto Deus em seus voos espaciais pelo céu. Quando as pessoas obedientemente respondiam que não, Khrushchev se voltava para a plateia e dizia: "Esta é a prova. Não existe Deus! Nossos astronautas nunca viram Deus!"
Marx acreditava que somente o comunismo poderia trazer a felicidade, ele afirmou: “O primeiro requisito para a felicidade do povo é a abolição da religião”.
Mas, na verdade, o comunismo é uma religião baseada na adoração do homem. Em janeiro de 1978, a revista National Geographic publicou um artigo sobre Moscou, em que o autor fez este interessante comentário: “Um dia, um amigo russo me alertou: ‘Você pode fazer piadas sobre muitas coisas aqui, mas não sobre a Segunda Guerra Mundial, quando perdemos tantas vidas, e sobre Lenin. Lenin não é apenas nosso George Washington, ele é mais que George Washington e nosso Jesus Cristo'. A imagem do pai da revolução aparece em toda parte, em escritórios e escolas, dentro e fora de edifícios, em parques e estações ferroviárias. Sua tumba de granito vermelho, na Praça Vermelha perto do muro do Kremlin, tornou-se para muitos russos o que o Santo Sepulcro de Jerusalém era para os europeus medievais - um lugar sagrado de peregrinação. A grande diferença é que a tumba de Lênin está ocupada e a tumba de Cristo está vazia!”
HL Mencken, jornalista e crítico social, afirmou que: “O comunismo, como as religiões reveladas, é em grande parte composto de profecias”.
David Benson, cientista social e professor da “College of Social Sciences and International Studies”, afirmou que: “o comunismo é uma religião, embora os comunistas tentassem negar isso!” Ele escreveu: “Se desconsiderarmos seu ateísmo por um momento, o comunismo tem todos os elementos de uma religião organizada: seus messias e santos - Marx, Engels e Lênin; suas escrituras sagradas - os textos desses homens; um bando de apóstolos e profetas - o Partido Comunista; uma nação eleita - o povo russo (ou chinês); pecado - definido como rejeitar o comunismo; conversão - tornar-se comunista; e acima de tudo a fé - a confiança total que se deve crer na verdade dos santos dogmas do comunismo.”
Essa ideia foi muitas vezes base de pregações de Billy Graham, pregador batista, que afirmou: “O comunismo é uma religião inspirada, dirigida e motivada pelo próprio Diabo, que declarou guerra contra o Deus Todo-Poderoso”. Essa ideia também foi dividida com Ezra Taft Benson, político e presidente da “Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, que afirmou: “O comunismo introduziu no mundo um substituto para a verdadeira religião. É uma falsificação do plano do evangelho”.
Uma vez que eles negam a Deus, os comunistas também negam que existe um Criador. Se nada foi criado, então a matéria deve ser eterna. Esta é uma filosofia materialista que é totalmente contrária à realidade e à verdade.
Essa visão sem esperança é declarada da seguinte forma no Manifesto Humanista II, seção sobre "Religião": “A ciência moderna desacredita tais conceitos históricos como o "fantasma na máquina" e a "alma separável". Em vez disso, a ciência afirma que a espécie humana é um surgimento de forças evolutivas naturais. Até onde sabemos, a personalidade total é uma função do organismo biológico transacionando em um contexto social e cultural. Não há provas credíveis de que a vida sobreviva à morte do corpo.” Este parágrafo afirma que o homem nada mais é do que um corpo e, quando o corpo morre, tudo acaba. A morte acaba com tudo. Nesta visão, ninguém me fez; ‘Eu’ evolui! Não sou mais importante que um pardal, um verme, um tubarão, uma pedra ou um pedaço de madeira.
O materialismo é uma filosofia perigosa, enganosa e sombria. Ela inundou os Estados Unidos, e ensina que o homem é uma máquina eletroquímica e nada mais. O homem é feito de sangue, ossos, cérebro, etc. Ele é apenas um corpo e nada mais. De acordo com o materialismo, não há alma, nem espírito, nem parte imaterial do homem. Tudo é material, físico e químico. Tudo é matéria e matéria é tudo! O homem nada mais é do que um feixe de átomos, uma coleção de moléculas.
A embriaguez da licença (não a liberdade) é uma característica triste do comunismo marxista. Mesmo que apareçam de maneiras diferentes, tanto o marxismo leninista quanto o subjetivismo moderno levam a vidas vazias e a desastres colossais, tanto a nível pessoal como institucional. Como disse o escritor, filósofo e jornalista do Império Russo, considerado um dos maiores romancistas e pensadores da história, Fiódor Dostoiévski, em sua magistral obra "Irmãos Karamazov": "Se DEUS não existe e a alma é mortal, tudo é permitido" - experimentação sexual escabrosa, aborto, bestialidade, suicídio, abuso de drogas, tortura. E talvez pior do que tudo isso é a renúncia ao uso da razão, que sempre parece perder quando luta contra a emoção, levando diretamente a desastres de todos os tipos.
Sobre essa visão materialista do comunismo, Adlai E. Stevenson, advogado e político, escreveu: “O comunismo é a morte da alma. É a organização da total conformidade - em suma, da tirania - e está empenhado em tornar a tirania universal”. E Billy Graham afirmou: “O comunismo decidiu ser contra Deus, contra Cristo, contra a Bíblia e contra toda a religião”.
De acordo com a teoria materialista de Marx, a história é uma série de lutas de classes e revoluções revolucionárias, levando finalmente à liberdade para todos. Marx derivou suas visões em parte da filosofia de Friedrich Hegel, que concebeu a história como o autodesenvolvimento dialético do “espírito”. Em contraste com o idealismo filosófico de Hegel, contudo, Marx sustentou que a história é impulsionada pelas condições materiais ou econômicas que prevalecer em uma determinada idade, "Antes que os homens possam fazer qualquer outra coisa".
Usando a ex-União Soviética como exemplo, Frank Meyers, filósofo e ativista político, descreve o comunismo como: “A forma estatal tomada por uma fé materialista determinada a governar o mundo".
O que o racionalismo subjetivo ignora é o fato de que o homem é um ser espiritual que aspira a um tipo de felicidade que as coisas materiais por si só não podem oferecer. Isso está inscrito em sua própria natureza, assim como sua convicção de que Deus existe e que existe uma lei de Deus. Isso explica por que o marxismo sempre falhou, mesmo em seu nascimento na Rússia, porque sempre teve que ser imposto pela força bruta. Mao Tsé-Tung, líder comunista chinês, afirmou: “O comunismo não é amor. O comunismo é um martelo que usamos para esmagar o inimigo”.
Norman Davies, historiador britânico-polonês conhecido por suas publicações sobre a história da Europa, da Polônia e do Reino Unido, comentando a queda do comunismo no leste-europeu, disse: “Os últimos anos de comunismo desvanecido, forneceram um ambiente ideal para a Igreja Católica da Polônia, que funcionava como um guarda-chuva para dissidentes de todos os tipos”.
E a situação não é diferente hoje. A maioria das pessoas rejeita o materialismo radical, por isso ele tem que ser imposto a elas por forças poderosas. Mesmo em países democráticos, a população corre o risco de sofrer lavagem cerebral pela educação, música, literatura, moda e modos de difusão cultural.
Aqueles de nós que são forçados a suportar essa tentativa de obliterar a dimensão espiritual do homem não pode ser uma maioria silenciosa. Mas, devemos combater essa servidão ao materialismo, temos o dever libertar a sociedade desse movimento catequizador, principalmente dos jovens, em direção a uma utopia, que já demonstrou não somente a sua irrealidade prática, como levou milhões de pessoas a morte, a fome e a miséria.
E como vamos confrontá-los? Sun Myung Moon, um líder religioso sul-coreano, nos mostrou o caminho: “O comunismo está tentando tomar o mundo pela força. Mas Deus conquistará o mundo pelo amor”.
Pat Robertson, advogado e ministro pentecostal, escreveu: “Eu pensava que o comunismo, a tirania do comunismo, era uma abominação e implorei a Deus que derrubasse esse terrível mal e ele fez. Foi um grande triunfo, demorou um pouco, mas aconteceu”.
Eduardo G. Souza.
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UM CRISTÃO PODE SER COMUNISTA?

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Vou ser radical e categórico... NÃO!
Um cristão não pode ser comunista, pois, estas duas doutrinas são diametralmente opostas. E a dialética filosófica tem discutido o tema, e a lógica conclui que não podem estar juntas essas doutrinas que são em princípio contrárias.
E por que eu afirmo que comunismo e cristianismo são incompatíveis? Em princípio o cristianismo está fundamentado na existência de um Deus e na vinda de seu filho, o Cristo, ao mundo para trazer aos Homens os princípios divinos dessa religião. Já o comunismo deixa de fora Deus e Jesus Cristo. O comunismo é declaradamente secularista e materialista. Georg Wilhelm Friedrich Hegel foi um filósofo alemão criador do ‘idealismo alemão’ e naturalmente da génese do que é chamado de ‘hegelianismo’. Ludwig Andreas Feuerbach, outro filósofo alemão, era um materialista histórico e é reconhecido como o criador da ‘teologia humanista’. Esses dois filósofos foram importantes na construção da filosofia marxista. Karl Marx abancou o materialismo de Feuerbach e acrescentou a dialética de Hegel, e, por isso, sua filosofia é denominada de materialismo dialético.
O materialismo se fundamenta, em princípio, na ideia que toda a realidade pode ser explicada em termos da matéria em movimento. Em outras palavras, ele diz que toda coisa básica da realidade tem sempre caráter material ou corporal. O materialismo se contrapõe, fundamentalmente, ao idealismo, que é errado quando afirma a precedência da consciência sobre o ser, ou da realidade ideal sobre a realidade material. Karl Marx era um materialista, e ele acreditava que toda a história da humanidade era determinada pelas forças económicas. Não havia lugar para Deus no marxismo, e por isso o comunismo tornou-se um regime ateu. E até hoje ele é ateu. Ele nega a existência de Deus. Quem vai a Rússia, ainda hoje, encontra algumas igrejas reunidas nas manhãs de domingo, mas sabemos que, apesar disso, o governo russo sempre vez e faz campanha contra a religião, contra Deus e a crença em Deus, desde a revolução de 1917.
O comunismo considera a religião intelectualmente como o produto do medo e da ignorância. Karl Marx em “Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie" (Uma Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel) (1844), escreveu: “O sofrimento religioso é, a um único e mesmo tempo, a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de condições desalmadas. É o ópio do povo.” (Die Religion ... Sie ist das Opium des Volkes). Apesar de Marx não ter sido o primeiro a utilizar a expressão, pois citações similares são encontradas em textos de Immanuel Kant, Herder, Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer, Moses Hess e Heinrich Heine, a autoria é com frequência atribuída a Marx.
Marx também afirmou que a religião, historicamente, sempre foi um instrumento que serve aos fins dos exploradores e opressores das classes trabalhadoras. Ela anestesia os oprimidos que não sentem a realidade da opressão. Enquanto os explorados e oprimidos crerem que o seu sofrimento lhes elevará ao paraíso onde gozarão da paz e da felicidade, eles considerarão a opressão como parte dos sacrifícios que o crente deve se submeter, um fardo necessário, para alcançar a salvação e não como uma coisa imposta pelos outros homens. Quando Marx disse que a religião é o ópio do povo, ele a via apenas como um bálsamo que alivia a dor dos oprimidos, que os torna apáticos, enevoando sua percepção da realidade e tirando-lhes a vontade de lutar contra a exploração e a opressão.
O cristão, por outro lado, acredita que a história não é movida por forças econômicas, mas por forças espirituais. Ele acredita que existe um Deus, criador do universo. Um Deus que ama os seus filhos, um Deus que trabalha através da história para a salvação do homem.
Os métodos empregados pelo comunismo são contrários ao cristianismo. Para os comunistas não há um poder divino ou uma ordem moral absoluta, não existem princípios imutáveis, fixos. Então, a força, a violência, o assassinato, a mentira, etc., são meios justificáveis para alcançar os fins últimos. Vladimir Ilitch Lenin, revolucionário, líder do Partido Comunista e primeiro presidente do Conselho dos Comissários do Povo da União Soviética, foi o responsável pela colocação da filosofia comunista de Karl Marx em prática, em certa ocasião ele disse: "Devemos estar prontos à empregar o ardil, a fraude, a violação das leis e a verdade encoberta ou incompleta”. Por isso muitas noites de terror e muitos dias de sofrimento têm assolado a humanidade, pois os seguidores de Lenin tomam esta opinião a sério e estão dispostos a agir de acordo com estas instruções, é uma questão histórica. ‘Para o comunismo os fins justificam os meios.’
Os cristãos acreditam que existem certos princípios morais no universo que são eternos e absolutos. O cristão acredita que há algumas coisas certas e outras coisas erradas. É errado mentir. Sempre foi errado, e sempre será errado. É errado odiar. Sempre foi errado, e sempre será errado. É errado tirar vidas preciosas que Deus deu aos homens. Era errado antes de Cristo, e é errado até hoje. Os cristãos acreditam que há coisas certas eterna e absolutamente, assim como, existem coisas que serão erradas ontem, hoje e sempre. Então, os cristãos não podem acreditar que ‘os fins justificam os meios’. Porque o fim é preexistente aos meios. E meios destrutivos não podem produzir fins construtivos. Métodos imorais não podem alcançar objetivos morais. E assim os cristãos estão frontalmente em desacordo com o ‘relativismo ético’ do comunismo.
Na doutrina comunista o Estado é uma realidade temporária, uma realidade provisória, que deve ser eliminada quando a sociedade sem classes emergir. Karl Marx discorria sobre o dia em que haveria uma sociedade sem classes. A classe trabalhadora, que ele chamou de proletariado, através da revolução tomaria o poder das classes dominantes, os empresários e os capitalistas. E, finalmente, eles iriam chegar ao poder, através de sua força, e iriam fundar uma sociedade sem classes. Ele disse que esta sociedade sem classes é o fim. E o homem se torna apenas um meio para esse fim. E se os chamados direitos ou liberdades de qualquer homem ficar no caminho, eles serão simplesmente ignorados. E assim, o regime reprime a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, a liberdade de reunião, etc., todas essas coisas passaram a serem controladas pelo Estado, que é manejado pelo partido comunista. E seja o que for determinado pelo partido, tem que ser feito. Todas as liberdades que são caras ao homem, podem ser negadas. O homem tem que ser um escravo, um escravo obediente e submisso ao Estado. O estado é onipotente e supremo, e por isso, ninguém na Rússia, China, Correia do Norte, Cuba, etc., de hoje, pode simplesmente se levantar e fazer um discurso contra o Partido Comunista. Alguém que viva em um país comunista, poderá escrever um livro dizendo certas verdades sobre o Partido, ele será preso e até mesmo morto. Foi o caso de Boris Leonidovitch Pasternak, poeta e romancista russo. Pasternak estudou filosofia na Alemanha e quando retornou para a Rússia publicou uma coleção de poesias. Durante a Primeira Guerra Mundial ele mandado ensinar e trabalhar em usina nos Urais, lá ele encontrou as ideias para a sua famosa obra ‘Doutor Jivago’, que só não fez sucesso na antiga União Soviética, obviamente por motivos políticos. Pasternak caiu em desgraça com o Politburo acusado de subjetivismo, no entanto, por ser conhecido e reconhecido por sua obra em quase todo o mundo, ele não foi enviado para Gulag. Em 1958 ele foi premiado com o Nobel de Literatura, mas não pode receber porque não foi autorizado a sair da União Soviética.
Sabemos que os momentos mais criativos da história foram os momentos em que as pessoas eram livres para pensar e expressar suas opiniões. A única coisa que torna o Ser um Homem é a sua liberdade. E por isso que um cristão nunca poderia concordar com o comunismo como um princípio filosófico, porque priva o homem da liberdade. Pois o Cristo veio para libertar o Homem, e se um homem não é livre, ele não é plenamente um Homem. Paul Johannes Oskar Tillich, teólogo alemão e filósofo cristão, afirmou: “Se um homem não tem a capacidade de deliberar, decidir, e de responder, ele não é um Homem, pois um Homem é um Ser livre”. Portanto, o comunismo está no caminho errado, ao negar a liberdade ao povo.
Por conseguinte, estou convencido de que um cristão não pode ser um comunista. Um verdadeiro cristão não pode aceitar o regime comunista.
Eduardo G. Souza