Liberdade.

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Eduardo G. Souza e Lígia G. Souza.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

PORQUE ALGUMAS PESSOAS SÃO AGRESSIVAS NAS REDES SOCIAIS






A raiva é uma emoção humana normal e natural. É, de fato, uma das mais básicas de todas as experiências humanas. Todo mundo já sentiu raiva em um ponto em suas vidas e alguns de nós canalizaram essa raiva para a violência, outros não. Muita raiva sobre o que ultimamente está acontecendo, tem sido acumulada e expressa. Se fosse um pouco maior, estaríamos acumulando sacos de areia contra nossas portas e janelas, e trocando tiros nas ruas. Mas de onde ela vem? E por que é tão frequentemente dirigida a alvos estranhos?
Na verdade, a raiva não é de tudo ruim. Sem a raiva, injustiças graves não seriam respondidas, seríamos menos motivados para nos protegermos e talvez não tivéssemos sobrevivido como uma espécie.
No entanto, desde uma idade muito jovem, muitos de nós são bombardeados com a mensagem de que a raiva é ruim. Durante o período de nosso desenvolvimento emocional, quando somos altamente suscetíveis à pressão social de pais, cuidadores e professores, aprendemos que para sermos "bons" devemos desenvolver o autocontrole e esconder os sentimentos de raiva. Quando as pessoas aprendem que não podem expressar raiva abertamente, honestamente e diretamente dentro dos relacionamentos, a emoção não desaparece. Em vez disso, muitos de nós aprendemos a expressá-la em formas alternativas e secretas, muitas vezes através de comportamentos agressivos.
Mas, enquanto a raiva não gera a agressão tudo bem, entretanto, quando a raiva é canalizada para a agressão, são muito fáceis de fazerem vítimas, e, muitas vezes, por motivos mais insustentáveis do que se pensa, o que raramente é benéfico para qualquer um. Afinal, foi Sigmund Freud quem disse: "A raiva leva ao medo, o medo leva ao ódio e o ódio leva ao lado negro".
É importante diferenciar raiva e agressão. A raiva é o estado de excitação emocional e fisiológica. Você pode ficar com raiva de alguém ou de alguma coisa, mas optar por não se comportar agressivamente com alguém como resultado dessa raiva. Esse tipo de comportamento é considerado maduro. Da mesma forma, você pode ser muito agressivo com alguém (por exemplo, assaltá-lo), sem se irritar com essa pessoa (as probabilidades são que você não conhece nada sobre ele, além do fato de que ele tem objetos de valor que você quer), isso é considerado imaturo.
Existem muitas teorias sobre a agressividade humana. Mas uma questão interessante é por que as pessoas ficam tão irritadas com coisas relativamente inconsequentes tão frequentemente nos dias de hoje.
Os diversos autores têm procurado distinguir os termos ‘agressão’ e ‘comportamento agressivo’. Comportamento agressivo pode ser caracterizado por ataques verbais. A agressão é uma ação destrutiva contra si mesmo e/ou contra outros.
Psicologicamente, é um assunto complexo (como as emoções tendem a ser). A agressão (em humanos) é definida por Anderson(1) e Bushman(2) como "qualquer comportamento dirigido a outro indivíduo, que seja realizado com a intenção próxima (imediata) de causar danos. Além disso, o perpetrador deve acreditar que o comportamento causará danos e que o alvo está motivado para evitar o comportamento". Alguém está fazendo algo que você não gosta (por exemplo, uma pessoa que expressa opiniões contrárias as suas), você faz algo contra ele que você sabe causará danos (por exemplo, ofendê-lo ou ameaçá-lo), o que você espera é que ele não vá responder para evitar que você faça isso novamente (por exemplo, que essa pessoa pare de expressar suas opiniões).
A hostilidade é o componente cognitivo da agressão. É o que você pensa, que leva a um comportamento agressivo. A agressão hostil é quando você reage de forma agressiva e impulsiva a ameaças ou insultos percebidos. Por outro lado, a agressão instrumental é quando você usa a agressão para adquirir objetivos a longo prazo. Uma pessoa que aborrece abertamente você numa rede social, na frente de outros, provavelmente está usando a agressão instrumental para se promover às suas custas. Você, subsequentemente, responde de forma agressiva, ofensiva ou ameaçadora, isso é agressão hostil.
A hipótese da frustração-agressão diz que nos irritamos quando somos frustrados, quando nossos desejos, objetivos ou expectativas são frustrados. Há tantos motivos para isso nos dias de hoje, a Lei nos diz todas as coisas que podemos e devemos fazer, mas na hora de aplicação da Lei vemos algumas instituições tergiversar, a mídia nos diz como está terrível a economia, a política e tudo mais, a internet garante que tenhamos um fluxo constante de informações potencialmente frustrantes, é fácil ver porque as pessoas vivem em um estado permanente de raiva fervente.
No entanto, muitas vezes é difícil fazer qualquer coisa sobre essas frustrações, por isso é provável que resulte em agressão deslocada. Então, se você não pode alterar o que está lhe frustrando, você pode se voltar contra algo ou alguém que tenha menor possibilidade para prejudicá-lo se reagir. A agressão deslocada desenvolve uma variedade de comportamentos projetados contra outra pessoa, sem que o outro reconheça essa raiva subjacente. A excitação da raiva não se dissipa rapidamente, portanto, muitas vezes é transferida para alvos menos merecedores, mas mais convenientes.
Sua vida não está indo como você esperava e sua situação é uma merda? Pode não ser sua culpa! São aqueles malditos políticos, comunistas, etc., que estão arruinando a sociedade e atrapalhando o processo. Mas graças à internet, agora você tem ampla oportunidade de se vingar.
Você não pode perder um debate numa rede social! Há uma predisposição natural das pessoas para reconhecer questões controversas, defender posições e refutar posições opostas. Assertividade e argumentação são vistas como predisposições construtivas. A assertividade é a arte de defender o seu ponto de vista sem recuar e sem agredir, inclui ser vigoroso, firme, usando o raciocínio para defender posições pessoais, enquanto refuta as posições dos adversários, sem ofendê-los.
O importante em qualquer discussão, é colocar o que você pensa, respeitando a opinião do outro.
Alguns indivíduos profundamente desagradáveis ​​ficam muito bravos e agressivos quando são compartilhadas ideias contra aquilo que elas acreditam. As pessoas ficam muito irritadas com essas pessoas que enviam informações, notícias ou comentários em geral, que vão contra sua opinião, e fazem de tudo para detê-las. Algumas pessoas ficam com raiva dessas pessoas, e assumem, por sua vez, uma postura agressiva, por não obter as soluções ou respostas que elas queriam. As pessoas ficam muito irritadas com a suposta lógica por trás desses comentários. As pessoas ficam muito bravas com essas pessoas que estavam zangadas com as postagens ou os comentários.
Pode chegar um ponto que pessoas desconhecidas passam a se insultar, se agredir verbalmente e até fazerem ameaças. A agressividade Verbal é uma predisposição para atacar a integridade e o autoconceito do outro. Esse comportamento, geralmente considerado uma forma destrutiva e negativa de comunicação, fica muito complexo explicá-lo.
A agressividade verbal é vista como uma deficiência da habilidade do raciocínio lógico e das habilidades verbais necessárias para lidar com os desentendimentos normais e as frustrações diárias. A falta de habilidades de argumentação é um catalisador da agressão verbal, da violência. Em geral, quanto mais um indivíduo é rico em argumentação, menos ele é propenso a agressividade verbal.
Na verdade, a agressão verbal é um ataque pessoal, que objetiva insultar e ofender o outro, ao invés confrontar o seu pensamento ou a sua posição. Os indivíduos que lançam mão da agressão verbal são vistos como menos credíveis, têm comportamentos sociais menos satisfatórios e, em geral, recorrem a agressões físicas com mais frequência. As consequências da agressão verbal incluem: baixo autoconceito, frustração, ansiedade, raiva, ressentimento, constrangimento e até agressão física.
Essa é uma coisa que a internet faz bem! Ao mesmo tempo que ela oferece coisas amargas para nos irritar, pois não temos o poder mudar ou nos afastar, ela nos oferece muitas avenidas para deslocar e ventilar nossa raiva.
Obviamente, na verdade a questão é muito mais complexa, assumindo fatores societários, evolutivos e psicológicos além do alcance de uma única postagem na internet. Sou só um estudioso do comportamento humano.
Como você chegou até aqui, temos um pequeno favor para pedir. Não deixe sua raiva transformar-se em agressão verbal, lembre-se que o seu opositor, na maior parte das vezes, não é o responsável pelo que está acontecendo, ele pode ser uma vítima como você. A falta de habilidade no gerenciamento de conflitos, é uma razão primordial da violência nas relações pela internet. Saber quando parar de discutir é uma arte e também uma habilidade de comunicação. Então como você pode ver, precisamos de sua ajuda. Fazemos esse pedido porque acreditamos que nossa perspectiva é importante e porque também pode ser a sua perspectiva.
Eduardo G, Souza.

(1)  Craig A. Anderson é professor e diretor do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual de Iowa em Ames. Obteve seu doutorado na Universidade de Stanford em 1980. Ele realizou pesquisas sobre os efeitos dos videogames sobre as crianças. Ele foi professor da Rice University, Ohio State University e da Universidade de Missouri. Sua pesquisa examinou a associação potencial entre conteúdo violento dos videogames e a violência. Atualmente é membro do Conselho Executivo da Sociedade Internacional de Pesquisa sobre Agressão.
(2)  Brad J. Bushman é professor de comunicação de massa da Universidade Estadual de Ohio e consultor em psicologia. Publicou vários trabalhos sobre as causas e consequências da agressão humana. Seu trabalho questionou a utilidade da catarse e relaciona-se também com os violentos efeitos do videogame sobre a agressão. Licenciado em psicologia pela Weber State College (agora Universidade Estadual de Weber) em 1984, Ph.D. na Universidade do Missouriem em 1989 e possui três mestrados em psicologia, estatística e pedagogia.
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