Liberdade.

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Eduardo G. Souza e Lígia G. Souza.

sábado, 25 de agosto de 2012

MARQUÊS DE SADE.

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Donatien Alphonse François de Sade - Marquês de Sade. Um jovem aristocrata de uma tradicional família, que teve a maior parte de sua educação orientada pelo seu tio, o Abade de Sade, um estudioso eclesiástico. Ainda jovem foi incorporado na carreira militar (como tenente, ele participou da Guerra dos Sete Anos) e tornou-se capitão de cavalaria, quando foi liberado da vida militar antes de sua escandalosa notoriedade.

Escritor e dramaturgo foi também um filósofo de ideias originais, baseadas no materialismo do século das luzes. Sade era adepto do ateísmo (“- O meu maior desgosto é que Deus, na realidade, não exista, privando-me assim do prazer de insultá-lo mais positivamente”), acusado de fazer apologia ao crime (já que enfrentar a religião na época era um crime) e de afrontas à religião dominante (“- A ideia de Deus é, confesso, o único erro que não posso perdoar ao homem”), sendo, por isso, um dos principais autores libertinos (“- Antes de ser um homem da sociedade, sou-o da natureza”, declarou para justificar-se dessa acusação), na concepção moderna do termo.


Encarcerado pela primeira vez em 1763 por "libertinagem", depois de vários casos de sexo (orgias, chibatadas, anal, etc.), declarou: “- Tudo é bom quando é excessivo”. Após várias detenções, foi condenado à morte à revelia em 1772 pelo Parlamento de Marselha. Em 1778, quando foi preso e levado para Vincennes, declarou: “- Quando o ateísmo quiser mártires, que o diga, o meu sangue está pronto”. A sentença de morte foi então comutada em prisão perpétua. Em 1790, depois de doze anos de prisão, ele foi libertado graças à abolição das lettres de cachet. Sade foi perseguido tanto pela monarquia (Antigo Regime) como pelos revolucionários vitoriosos de 1789, e depois foi vítima também da política moralista implantada por Bonaparte. Muitas das suas obras foram escritas enquanto estava na prisão da Bastilha. Em 1795, ele publicou “A Filosofia na Alcova”, e em 1797, “JUSTINE ou os Infortúnios da Virtude”. Ele finalmente foi preso no Hospício de Charenton até terminar seus dias.


Após sua morte, em 1814, ele rapidamente se tornou uma lenda amaldiçoada, seu trabalho que ficou mais conhecido e admirado por alguns e detestado por outros, sofreu, e ainda sofre, com os tabus e as proibições.

Guillaume Apollinaire e os surrealistas fizeram sua reabilitação, exaltando e divulgando sua obra. Tanto o surrealismo como a psicanálise encamparam a visão da crueldade egoísta que a obra de Sade expõe despudoradamente, e assim o termo "sadismo" foi cunhado para definir uma perversão psicológica baseada na crueldade sexual.

Sua vida é uma lenda, não apenas por causa do excesso de desgraças, em que ele era o autor e a vítima, mas também porque ele foi o representante desta época paroxística do Ancien Régime. Sendo um herdeiro desse mundo agonizante, ele procurou no desencadeamento da figura erótica o poder perdido. A ambiguidade do sadismo pode ser definida como: - a vida de Sade foi à de um perseguido, mas seu trabalho exalta uma tirânica alienação delirante e violenta.

E óbvio que como todos os grandes escritores e dramaturgos muito de sua obra é fruto de sua fértil imaginação, mas também não se pode omitir que parte do que ele relatou e descreveu era a realidade do que ocorria nos bastidores da monarquia, e após sua queda, os excessos praticados por aqueles que a derrubaram. Sade em sua obra, considerada imoral e libertina, mostra que os homens sentem prazer na dor dos demais e em outras cenas, por vezes bizarras, mas que não estavam distantes da realidade, que na busca do prazer (“- A primeira lei que a natureza me impõe é gozar à custa seja de quem for”, afirmou Sade) os homens sublimam até sua condição humana, praticando atos e ações bestiais. E Sade justificou esse comportamento como sendo natural, afirmando: “-... nada e nem ninguém é mais importante do que nós próprios. E não devemos negar-nos nenhum prazer, nenhuma experiência, nenhuma satisfação, desculpando-nos com a moral, a religião ou os costumes”, pois segundo ele: “- As paixões humanas não passam dos meios que a natureza utiliza para atingir os seus fins”.

Eduardo G. Souza.

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