Liberdade.

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Eduardo G. Souza e Lígia G. Souza.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Quem vai me censurar?

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Eu nunca trocaria meus surpreendentes amigos, minha vida maravilhosa, minha amada família, por menos cabelos brancos ou por uma barriga mais lisa. Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para comigo, e menos crítico de mim mesmo. Eu me tornei meu próprio amigo. Eu não me censuro por comer biscoitos, chocolate, doces, ..., por não arrumar meu armário e minha estante, ou por comprar de algo bobo que eu não precisava, como um escudo de meu time, mas que parece tão “avant garde” em minha estante. Eu tenho direito de ser desarrumado, de ser extravagante, de ser um cara chato.

Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.

Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo, assistindo TV ou jogando no computador até as três horas da madrugada e no dia seguinte dormir até o meio-dia? Eu Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 e 70, e se eu, ao mesmo tempo, desejar chorar por um amor perdido... Eu choro!

Vou andar na praia em uma sunga esticada ou uma bermuda longa e larga sobre o corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no jet set. Eles, também, vão envelhecer.

Eu sei que às vezes sou esquecido. Mas há muitas coisas na vida que devem ser esquecidas. E eu me recordo sempre das coisas importantes.

Claro, ao longo dos anos meu coração foi partido. Como não se pode quebrar seu coração quando você perde um ente amado, quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum querido animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.

Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos brancos, e ter os risos da juventude gravados para sempre nos sulcos profundos do meu rosto. Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.

Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo. Você se preocupa menos com o que os outros pensam. Eu não me questiono mais. Nem questiono com veemência os atos e atitudes dos outros.

Eu ganhei o direito de estar errado. O direito de falhar. Afinal eu sou um velho...

Assim, e por tudo isso, eu gosto de ser velho. A idade me libertou. Eu gosto da pessoa que me tornei. Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou por aqui, eu não vou perder meu tempo lamentando o que poderia ter sido ou me preocupar com o que ainda será. E eu vou comer a sobremesa todos os dias, se me apetecer. Vou tomar sorvete, vou deliciar uma cervejinha, cervejinha não... Cervejão! Vou comer feijoada, rabada, mocotó, e tudo que tiver vontade.

Só espero que meus amigos permaneçam por mais algum tempo, porque a amizade é direta do coração!

Eu Amo a Vida!!! E você?

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