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O Homem é um animal. Nossa forma material tem origem nos gametas e é constituída dos elementos químicos que estão em nosso planeta. Então porque somos diferentes dos demais animais? A centelha do Eterno que inunda nosso Ser.
A Bíblia, livro sagrado mais aceito pela civilização ocidental, afirma: “vós sois deuses”, em Salmo 82:6 e João 10:34. O que quer dizer isso? Certamente essa afirmação está fundamentada em que, estando uma centelha do Eterno dentro do nosso Ser, somos parte dele, e ele habita em nós.
Essa centelha do Eterno geme encarcerada em nossa forma material. O Homem, inconscientemente, busca superar o tempo e o espaço, a luta constante da humanidade tem sido superar a curso do tempo e a vastidão das distâncias. O tempo em sua marcha contínua, invencível. Mesmo o maior bem humano, a vida, está limitada a um espaço de tempo compreendido entre a fecundação e a morte física. O espaço imensurável, o Homem observa extasiado as estrelas, perscruta o infinito em busca das respostas para suas dúvidas. Mas desde antes do nascimento estamos condicionados a um espaço físico, o útero materno, nosso planeta, nosso sistema solar.
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Continuamos calculando, desenvolvendo fórmulas, propondo equações, em segundos, minutos, horas, centímetros, metros, quilômetros, anos-luz. Mas eternidade e infinito continuam incognoscível para o Homem.
Contemplando o Universo, o homem da antiguidade esforçou-se para compreendê-lo. No portal do Templo de Delfos, na Grécia antiga, pode-se ler: "Homem, conhece-te a ti mesmo”, então percebemos que o Homem compreendeu, desde as mais remotas épocas, que o caminho para entender o Universo estava em si mesmo. Frente à concepção da sua insignificância em relação ao Universo nasceu à filosofia, de origem grega, ela tentou através do amor à sabedoria, refletir sobre o homem, buscando entender o funcionamento do Universo dentro de uma lógica racional. Os filósofos buscaram as respostas no próprio homem, aperceberam-se da unidade existente entre o Homem e o Universo – o Microcosmo e o Macrocosmo. Esses sábios resumiram esta ideia numa formulação: “Assim como em cima, é em baixo. Aquilo que já existiu, retornará. Assim como no céu, é na Terra”.
A centelha do Eterno move o Homem na busca da eternidade e do infinito, mas sua forma física o mantém preso às limitações da materialidade. Então para satisfação dessa necessidade existencial do Homem somente existe um caminho, o avivamento da centelha do Eterno que habita nele.
E o caminho está no próprio homem. Tudo no universo vem da mesma fonte, o Eterno. Ele é a fonte de tudo que chamamos de conhecimento, Ele contém a vida, e nele está a vida. Sem Ele o universo e o homem não existiriam. O Homem reflete seu Criador, o Eterno, no sentido de possuir livre arbítrio; somente o Homem pode decidir o seu destino, ao homem é dado o direito de querer encontrar-se com seu Criador ou afastar-se dele.
Para o Homem encontrar a Paz e a Felicidade, somente encontrando e avivando essa centelha do Eterno, nela ele irá se libertar das imperfeições características dos seres humanos, nela o Homem irá se afastar dos animais e se aproximar do Eterno.
O caminho está na submissão da vaidade, do orgulho e da prepotência características inerentes à personalidade humana. Sendo esses comportamentos essencialmente humanos, como vencê-los? Pelo desapego, pela medição e pela oração.
O desapego liberta o homem da afeição aos valores materiais e ao poder efêmero. O homem nasce nu, e tudo que recebe por graça lhe é dado para usar com parcimônia e zelo, quando partir tudo que amealhou, propriedades e valores, aqui ficará, nada será transportado para o seu destino.
A meditação é a porta para visitar a centelha do Eterno no âmago do Ser. É o caminho da graça, a forma de chegar à iluminação, a consciência do Ser. Ao mergulhar em seu Eu interior o Homem encontrará o caminho de retorno à origem do Ser, o Eterno, seu criador.
A oração é o combustível que aviva a centelha do Eterno. Ela aproxima a criatura do criador. Abranda as dúvidas e o sofrimento da clausura da centelha do Eterno. Amaina a propensão humana para o erro e as falhas da personalidade humana. Serena o sofrimento e as dores da vida carnal.
Eduardo G. Souza.
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